#42: Short Takes: os impactos das captações no salário e equity dos founders; Open Banking e PIB; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #42: 11/04-17/04
Olá 👋,
Esta é uma edição Short Takes da W Fintechs.
Caso queira receber em primeira mão meus posts no LinkedIn, clique aqui👈
👉A W Fintechs é uma newsletter focada em inovação financeira. Toda segunda-feira, às 8:21 a.m., você receberá um e-mail sobre os principais fatos e insights deste universo.
Open Banking e PIB
O compartilhamento dos dados financeiros pode impactar positivamente o crescimento de uma economia.
Em um estudo recente publicado pela Cambridge University, os pesquisadores destacaram que há indicações de que os baixos níveis de adoção do Open Banking ao redor do mundo podem estar relacionados à quantidade de desigualdade econômica.
Tendo como referência a Ásia-Pacífico e utilizando dados do Grupo de Renda do World Bank, foi identificado que 83% dos países de alta renda possuem uma estrutura de Open Banking em vigor; enquanto em países de renda média-baixa o número cai para 43%; e 57% dos países de renda média-alta planejam introduzir uma estrutura de Open Banking.
No entanto, as economias que abraçam a abertura dos dados podem ver ganhos de 1-5% em seu PIB até 2030.
Agregando o impacto potencial do PIB nos 24 casos de uso ao nível da economia, um estudo feito pela Mckinsey destacou que o impacto potencial dos dados financeiros abertos no PIB, em 2030, é mais alto para a Índia 🇮🇳, de 4 a 5%; e para a União Europeia 🇪🇺, o Reino Unido 🇬🇧 e os Estados Unidos 🇺🇸 o impacto deve estar entre 1 e 1,5 por cento do PIB.
As diferenças são resultados de vários fatores, como características estruturais das economias. Economias emergentes tendem a ter níveis mais baixos de acesso financeiro e menos profundidade financeira, o que significa que o aumento na criação de valor que poderiam alcançar com dados abertos é grande.
No Reino Unido e nos Estados Unidos, em comparação, os pesquisadores estimam que os indivíduos capturariam a maior parte do valor, no entanto, na União Europeia as instituições financeiras ganhariam a maior parte do valor, quase 45% do total.
Capturar o valor a partir de dados financeiros abertos exigirá inovação e esforços de todos os lados.
Os participantes do mercado precisarão desenvolver e dimensionar produtos e serviços que abordem casos de uso específicos. Isso implicará identificar novas oportunidades de negócios, projetar propostas de valor para o cliente e dimensionar novos modelos de negócios em toda a cadeia de valor de serviços financeiros.
Link para o post 👉clique aqui
O salário e participação dos founders
A Seedcamp, um fundo seed europeu 🇪🇺, publicou ontem um estudo profundo sobre o salário e o patrimônio dos founders do pre-seed à serie A.
Coletando dados como salário anual; % de capital detido; receita da empresa; tipo de última rodada; tamanho da última rodada; número de co-fundadores; número de funcionários; anos de funcionamento; localização geográfica; e status do escritório (escritório, hibrido ou remoto); apenas 3 variáveis mostraram algum impacto confiável no salário ou participação dos fundadores na empresa, são elas:
1. Tipo de ultima rodada (pré-seed 🥇, seed ,🥈serie A🥉);
2. Localização geográfica;
3. Número de co-fundadores;
Quando os fundadores vão participar de uma rodada de captação de recursos, a maioria sabe que irá sacrificar os ganhos de curto prazo (salário, por exemplo) para alocar o capital em diferentes ativos da empresa que permitem o crescimento (tecnologia, pessoas, etc.). Contudo, é importante que as circunstâncias pessoais do fundador entrem em jogo — é importante que eles não sejam mal remunerados justamente para que os problemas de liquidez pessoal não impactem as tomadas de decisões de curto prazo da empresa.
O levantamento destacou que a maior tendência e indicador de remuneração do fundador resume-se à rodada de financiamento. Os dados mostraram que à medida que a empresa passa pelas rodadas de investimento, o salário do fundador aumenta, em contrapartida, a participação que ele tem na empresa diminui.
Entre as rodadas de financiamento, espera-se um aumento salarial de cerca de:
🥇Pré-seed - 🥈Seed: 28%
🥈Seed - 🥉Serie A: 35%
E uma diminuição de participação na empresa de cerca de:
🥇Pré-seed - 🥈Seed: 9%
🥈Seed - 🥉Serie A: 9%
⚠️ Importante: boa parte da base de dados vieram de fundadores dos EUA 🇺🇸 e Europa 🇪🇺.
Link para o post 👉clique aqui
Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Open Banking pode injetar R$ 760 bi no mercado de crédito brasileiro👈
A estimativa consta de um estudo feito pela Serasa Experian. Conforme a pesquisa, o Open Banking poderia incluir 4,6 milhões de pessoas no mercado de crédito brasileiro. O impacto do compartilhamento de dados financeiros também seria sentido entre a população que já acessa o crédito, aponta o estudo.
“O Open Banking beneficia também os 130 milhões de brasileiros que já estão no mercado [de crédito]. A grande contribuição dos dados do Open Banking é melhorar a estimativa da capacidade média de pagamento das pessoas”, analisou Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian.
Na prática, agregando os dados de Open Banking ao conjunto de informações já existentes, o setor financeiro tem a oportunidade de aumentar os limites de crédito, mantendo ou até mesmo reduzindo o atual nível de risco, porque haveria uma diminuição na assimetria de informações.
Pela análise da Serasa, o aumento na capacidade de pagamento seria mais impactante nas regiões Norte (+80,6%) e Nordeste (+57,9%), e principalmente entre mulheres (+54,8%) e jovens de até 25 anos (+95,9%).
EBANX e VTEX fazem parceria para pagamentos online cross-border na América Latina; mercado deve movimentar US$ 45 milhões em 2022👈
O EBANX, fintech de pagamentos com presença global, e a VTEX, plataforma de comércio digital para grandes empresas e varejistas, fecharam parceria que vai permitir às companhias brasileiras usufruir de mais de 100 métodos de pagamentos em 15 países da América do Sul e Central.
“O mercado cross-border na América Latina movimentará cerca de US$ 45 bilhões em 2022, segundo dados da pesquisa Beyond Borders, e é hora de os grandes players brasileiros aproveitarem essa oportunidade para expandir seus negócios. Além do produto de primeira linha, esses clientes poderão usufruir da experiência de mais de 10 anos do EBANX na região, o que facilita na hora de lidar com legislações e pagamentos em diferentes países”, disse Paula Bellizia, Presidente de Pagamentos Globais do EBANX.
Porto Seguro entra em aluguel e competição aumenta entre proptechs👈
A Porto Seguro anunciou na quarta feira dia 13 o lançamento do Olho Mágico, sua plataforma própria para aluguel de imóveis, esquentando a concorrência entre as proptechs.
Segundo destaca a Porto em comunicado, a plataforma chega após um longo período de testes e aprimoramentos, cujo objetivo é construir uma experiência “mágica” em conjunto com imobiliárias e corretores de seguros. A questão é como isso fará a diferença, ainda mais em um mercado disputado por diversas proptechs, como QuintoAndar, Loft, VivaReal e outras. Mesmo assim, a empresa está animada.
“Mesmo em fase de testes, antes do lançamento oficial, alcançamos números impressionantes. Foram 5 mil contratos fechados no período, mais de 40 mil anúncios e centenas de imobiliárias cadastradas. Para os próximos meses, o objetivo é seguir aprimorando nossos serviços”, destaca Vicente Conde, head do Olho Mágico.
Itaú aposta R$ 1,1 bi na Totvs Techfin, em mais um movimento para “construir” seu DNA digital, em meio à emergência das fintechs👈
O Itaú assinou acordo para comprar, por mais de R$ 1 bilhão, metade da Totvs Techfin – vertical de fintechs da empresa de tecnologia Totvs. A joint venture terá como foco a distribuição de serviços financeiros integrados aos sistemas de gestão da Totvs, baseados em inteligência de dados e voltados para empresas e toda a sua cadeia de fornecedores, clientes e funcionários.
Pela participação, o Itaú Unibanco pagará R$ 610 milhões e, como preço complementar (earn-out), pagará até R$ 450 milhões após cinco anos mediante o atingimento de metas alinhadas aos objetivos de crescimento e performance. Ou seja,é uma aposta de R$ 1,06 bilhão.
O acordo estabelece que o Itaú Unibanco passa a ser sócio da operação por meio do compromisso de funding para as operações atuais e futuras; expertise de crédito e desenvolvimento de novos produtos financeiros; e aportes financeiros.
O Itaú vai oferecer aos clientes da Totvs produtos financeiros, como crédito, cash management, antecipação e outros, “aliando o uso inteligente dos dados para melhores condições e uma experiência única de contratação e uso”, disseram as empresas, em nota. Ao longo do tempo, serão agregados outros produtos e serviços que permitirão aos clientes da Totvs ter ao seu dispor um ecossistema financeiro completo para operações do dia a dia.
PIX vai substituir transferências bancárias, uso de dinheiro em espécie cairá à metade e de carteiras digitais vai crescer 30% até 2024, diz estudo👈
O PIX deve substituir as transferências bancárias (em funcionamento desde 2002) como meio de pagamento preferido do brasileiro tanto no comércio eletrônico quanto em pontos de venda (PDV). Já o uso de dinheiro em espécie para pagamento nos PDV deve cair à metade até 2024. As previsões estão na sétima edição do relatório The Global Payments Report 2022, da Worldpay from FIS, divulgado no VTEX Day.
O dinheiro em espécie, que representava a maioria dos pagamentos nos PDVs até 2018, caiu abaixo de um terço do valor dos pagamentos nos PDVs em 2021; espera-se o método caia abaixo de 25% até 2024. Pequenos aumentos no crédito (35% em 2021) e débito (21,6%) serão responsáveis por mais de 60% dos gastos nos PDVs até 2025. Já o uso de carteiras digitais deve aumentar 30%.
O Brasil continua a experimentar um rápido crescimento do comércio eletrônico, com 16% de aumento em relação ao ano anterior em 2021, mostra o estudo. Os consumidores brasileiros usam principalmente cartões de crédito, que representaram 44,7% do valor das transações do comércio eletrônico em 2021. As transferências bancárias, cartões de débito, carteiras digitais e opções pós-pagamento oferecidas pelo boleto bancário renderam, cada uma, mais de 10% dos gastos com comércio eletrônico.
Segundo o estudo, há várias razões que levam o consumidor a migrar do dinheiro em espécie e cartões de crédito para carteiras digitais e BNPL (do inglês Buy Now, Pay Later). Os fatores que contribuem para a redução da participação dos cartões de crédito, por exemplo, incluem o aumento de métodos de pagamento alternativos, a migração de volume para carteiras digitais vinculadas a crédito e débito, os consumidores optando por crédito sem juros na forma de BNPL e mercados verticais centrados em crédito.
Saúde e paz,
Walter Pereira