#48: Short Takes: Simplificação da declaração do Imposto de Renda via Open Finance; TPPs: um ecossistema em expansão; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #48: 06/06-12/06
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Simplificação da declaração do Imposto de Renda via Open Finance
Simplificar a declaração do Imposto de Renda é a próxima grande inovação — e o Open Finance pode ajudar!
A Terceira Dinastia de Ur impôs uma das primeiras formas conhecidas de tributação há cerca de 8.000 anos, conforme registrado em tábuas de pedra de Lagash, no atual Iraque.
Os governos mudaram a forma como arrecadam receitas ao longo de milhares de anos: esforçando-se para serem mais justos e eficientes e usando os impostos como uma ferramenta para impulsionar o comportamento social desejado.
Os códigos tributários são complexos em todo o mundo; nos Estados Unidos 🇺🇸, são mais de 75.000 páginas de texto em espaço simples que cresce a cada ano; o Brasil 🇧🇷 também é conhecido por sua complexidade fiscal. Estima-se que os brasileiros trabalhem 153 dias por ano para pagar impostos.
Fazer uma declaração de Imposto de Renda geralmente é um processo demorado. É necessário reunir pilhas de documentos, preencher corretamente os campos e, em alguns casos, pagar impostos. Esse processo está sendo facilitado no Brasil pela Receita Federal (órgão responsável pela administração dos impostos federais). No entanto, com o Open Finance, será possível aceitar o compartilhamento de uma lista de dados financeiros (como rendimentos e investimentos) e ativos (como imóveis e veículos): as informações serão agregadas com alto grau de detalhamento e com poucos cliques.
Os ventos parecem estar soprando na direção certa: tanto o Banco Central do Brasil quanto a Receita Federal estão dispostos a incorporar o Open Finance na declaração do imposto de renda. Apesar disso, conforme destacado no seguinte artigo da Infomoney:
"O Reino Unido e a Austrália, que foram pioneiros do Open Banking há muitos anos, ainda não estão nesse nível. É um processo complicado. Apesar disso, o ecossistema do Brasil evolui a um ritmo mais rápido do que esses países."
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TPPs: um ecossistema em expansão
Com uma demanda crescente por pagamentos flexíveis, inovadores e seguros, o Open Banking está progressivamente sendo confiado tanto por consumidores quanto por empresas, tendo o objetivo de ter um acesso rápido e econômico a informações financeiras.
O número de TPPs no Espaço Econômico Europeu (EEE) 🇪🇺 e no Reino Unido 🇬🇧., agora totaliza 535, enquanto o número de TPPs somente no EEE aumentou para 316.
Por trás desses TPPs, milhares de provedores usam licenças PSD2 alugadas para fornecer produtos e serviços bancários abertos, bem como há um número crescente de instituições de crédito que também operam como TPPs sob suas próprias permissões.
À medida que o mercado amadurece, é possível observar uma consolidação e mudança.
Highlights 👇
1️⃣ A Suécia ultrapassou a Alemanha e agora tem o maior número de TPP de origem no EEE;
2️⃣ 12 novos TPPs de 9 países diferentes foram aprovados para fornecer serviços bancários: Suécia (3) Holanda (2), Bélgica (1), Bulgária (1), República Checa (1), Finlândia (1), Alemanha (1), Polónia (1), Eslováquia (1);
3️⃣ 9 TPPs de 7 países diferentes agora não estão mais autorizados para fornecer serviços de Open Banking: Bélgica (1), Dinamarca (2), Alemanha (1), Finlândia (1), Luxemburgo (1), Noruega (1), Suécia (2).
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Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Depois de agro e PF, Banco do Brasil vai ter marketplace para cliente PJ👈
A combinação entre banking e marketplace, puxada pelo Inter há mais de dois anos, é uma receita que vem sendo utilizada cada vez mais por bancos digitais, mas também por grandes instituições.
Depois de montar um marketplace para clientes pessoas físicas e outro com foco no agronegócio, o Banco do Brasil (BB) está desenvolvendo uma operação dessas para o segmento de empresas (PJ).
A combinação entre serviços financeiros e não financeiros é uma estratégia que ajuda a aumentar a recorrência do cliente na plataforma e, claro, amplia as vias de monetização e contribui para a diminuição do famigerado CAC (custo de aquisição do cliente).
Para Daniel, o uso do digital pode tanto aumentar a eficiência e a performance do banco, quanto contribuir para a criação de novos modelos de negócios, cujo exemplo citado é o próprio marketplace.
Em vez de montar um banco digital dentro de casa, como o fizeram Itaú com o iti e Bradesco com o Next (que agora opera independente), o BB optou por digitalizar o banco em vez de criar uma estrutura paralela, explica o executivo.
Do MIT para o Brasil, a Zippi quer dar voz (e crédito) para os autônomos👈
No Brasil, três em cada dez brasileiros trabalham por conta própria, conforme pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas). Ao todo, são 25,5 milhões de pessoas que atuam sem carteira assinada, segundo o IBGE. No país, a taxa de informalidade representa pouco mais de 40% da população ocupada, de acordo com os dados mais recentes, divulgados no fim de maio pelo órgão.
Até aí você deve estar se perguntando o que essas estatísticas significam. Trata-se de um público que historicamente recebeu pouca ou quase nenhuma atenção das instituições financeiras, incluindo bancos e fintechs. A Zippi quer mudar esse quadro.
“A maioria dos microempreendedores nem tem CNPJ, trabalha com CPF. É uma categoria enorme e invisível. Surgimos para dar visibilidade para eles. Tanto é que nosso logo é um megafone, para dar voz a esse público”, afirma André Bernardes, CEO e cofundador da Zippi, em entrevista ao Finsiders.
Maré baixa? XP capta R$ 915 milhões em seu VC com a Headline👈
A maré está baixa no ecossistema de startups e Venture Capital, mas parece que a XP e seu novo fundo no segmento, o FIP Headline XP, não encontraram obstáculos para concluir a primeira captação de recursos. A reportagem foi publicada originalmente pelo nosso parceiro de conteúdo, o portal Finsiders.
Liderado por Romero Rodrigues — que dispensa apresentações –, o fundo captou R$ 915 milhões, superando a estimativa inicial de R$ 834 milhões. De acordo com a XP, o veículo atraiu cerca de 12,5 mil cotistas, tornando-se o maior FIP (Fundo de Investimento em Participações) em quantidade de investidores no país.
“Tivemos um resultado excepcional, sobretudo se consideramos o atual cenário desafiador para captação de recursos de empresas de tecnologia”, destacou Romero, em comunicado. “As últimas semanas foram das mais turbulentas para as empresas tech, desde o estouro da bolha em 2000.”
Com duração total de 10 anos, o fundo deve formar nos próximos quatro um portfólio com cerca de 25 startups, tendo participações minoritárias de até 20% em cada uma das investidas.
A tese de investimento inclui fazer cheques para startups em estágio inicial de desenvolvimento em setores como software, e-commerce, educação, saúde, mobilidade, ESG, blockchain, entre outros.
Adiante coloca gasolina no tanque para antecipar R$ 500 milhões este ano👈
Em dezembro, Gustavo Blasco, fundador da Adiante — fintech de antecipação de recebíveis do grupo GCB Investimentos — contou ao Finsiders que a empresa tinha acabado de finalizar a captação de R$ 10 milhões em debêntures, para financiar a compra de notas fiscais de produtos, as chamadas duplicatas mercantis. Agora, a fintech está adicionando mais combustível ao seu funding para avançar no plano de antecipar cerca de R$ 500 milhões neste ano — montante 10x maior ao registrado em 2021.
A Adiante acaba de concluir a primeira integralização da segunda emissão pública de debêntures, uma oferta com esforços restritos sob a instrução CVM 476. O valor total da operação é de R$ 100 milhões, em duas séries, com as integralizações “trancheadas” conforme a originação dos ativos.
“A debênture vence em dois anos, com cupons semestrais. Fizemos preço de emissão de CDI +8%, mas conseguimos vender a CDI + 5,75%”, conta Gustavo, em entrevista exclusiva ao Finsiders. “Pretendemos subscrever integralmente até setembro. Vamos originando o crédito e subscrevendo.”
Em 2021, a Adiante antecipou R$ 50 milhões. Neste ano, já superou os R$ 60 milhões, e a expectativa é liberar cerca de R$ 500 milhões.
Mesmo com a projeção de crescer o volume antecipado em 10x, a fintech precisou segurar um pouco a “torneira” nos últimos meses, com a piora do quadro macroeconômico, especialmente inflação e juros altos. “Tivemos que calibrar nosso modelo porque a inadimplência no mercado como um todo cresceu.”
Saúde e paz,
Walter Pereira