#49: Short Takes: Open Banking, PSD2, APIs e o Darwinismo no setor de pagamentos; Evolução das APIs do Open Banking na Europa; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #48: 04/07-10/07
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Open Banking, PSD2, APIs e o Darwinismo no setor de pagamentos
O Open Banking, PSD2 e as APIs estão modernizando os serviços de pagamentos, e criando um cenário de Darwinismo no setor.
As razões para a corrida pela modernização de pagamentos são: desde atender às demandas dos clientes em preços e serviços de valor agregado, até acompanhar os concorrentes e as mudanças no cenário regulatório.
O padrão criado pela ISO 20022, que deu vida ao sistema SWIFT, continua a ganhar força à medida que mais players o adotam como padrão. A sua adoção pode ser usada para aumentar a eficiência e a conformidade, ao mesmo tempo em que permite novos serviços de pagamento.
Conforme dados da pesquisa publicada pela Finextra, 54,9% das organizações esperam oferecer suporte a duas ou mais novas redes de pagamentos internacionais nos próximos 12 meses.
Outro fator importante que as instituições estão buscando é a interoperabilidade. Sem interoperabilidade, os pagamentos em tempo real têm pouca viabilidade quando se trata de transações internacionais.
Uma coisa é certa: as instituições que adotarem a abordagem correta, com interoperabilidade e agregando valor à experiência do cliente, estarão em posição ideal para vencer a corrida da “sobrevivência do mais apto” e aumentar sua participação de mercado. Os que não se adaptarem rapidamente, certamente se tornarão irrelevantes no mercado ou serão extintos.
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Evolução das APIs do Open Banking na Europa
As APIs são as chaves que abrem as portas para o mundo do Open Banking.
Quando o PSD2 entrou em vigor em 2018, os bancos do Espaço Econômico Europeu 🇪🇺 e do Reino Unido 🇬🇧 foram obrigados a criar APIs que possibilitassem o acesso das TPPs (provedores tercerizados; fintechs, por exemplo) aos dados de seus clientes - com segurança e consentimento, é claro! Desta forma, surgiu o conceito de "banco aberto".
Na regulação foram criados dois conceitos: o de PISP, que possibilitaria esta API iniciar um pagamento em nome do cliente; o AISP, que possibilitaria um terceiro, através desta API, recuperar os dados bancários deste cliente.
Enfim, as APIs são a essência deste ecossistema chamado: Open Banking.
A INNOPAY trouxe dados interessantes a respeito da evolução destas APIs. De acordo com o report, há uma tendência dos bancos oferecerem mais APIs, indicada por um aumento de 17%. Nos últimos anos, uma variedade de APIs corporativas chegaram ao mercado, aumentando ainda mais a eficiência e aprimorando a experiência do cliente em operações bancárias.
Alguns insights interessantes do report:
⭕️ Houve um aumento de 22% no investimento para o desenvolvimento de uma comunidade de Open Banking, com bancos investindo na criação de artigos, blogs, eventos ou programas de parcerias para fomentar a troca de conhecimento no ecossistema;
⭕️ A pontuação média da experiência do desenvolvedor aumentou em 11%, o que significa que a concorrência está se intensificando e os bancos precisaram melhorar, cada vez mais, a experiência dos devs para evitar ficar atrás de seus concorrentes.
⭕️ A usabilidade do desenvolvedor aumento em 21% graças a ferramentas de desenvolvimento adicionais, como funcionalidades dinâmicas de sandbox, guias detalhados de 'primeiros passos' ou recursos de gerenciamento de aplicativos
⭕️ A documentação das APIs também melhorou, ficando disponível recursos como informações sobre o contexto de negócios da API, versões e logs de alterações da API;
A grande conclusão que se tira do relatório é que o cenário está ficando cada vez mais competitivo, com players emergentes entrando no mercado e apresentando novas oportunidades de colaboração.
As empresas que conseguirem extrair mais valor dos dados disponibilizados pelas APIs se destacarão nessa economia data-driven.
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Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Iniciador quer ser a plataforma ‘enabler’ dos iniciadores de pagamentos👈
Você já deve ter passado por essa situação recentemente. Ao comprar um produto em um e-commerce e selecionar a opção de pagamento via Pix, é necessário usar o chamado “Pix Copia e Cola” ou copiar a chave Pix fornecida na hora do check-out, abrir o aplicativo do banco e fazer a transação. Seus problemas acabaram, ou melhor, estão prestes a acabar.
Isso por que o número de iniciadores de pagamento habilitados pelo Banco Central (BC) vem aumentando nos últimos meses. Hoje, são apenas seis instituições (Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Gerencianet, Itaú Unibanco e Mercado Pago) aptas a prover o serviço. Fintechs como Celcoin e Quanto já receberam autorização do regulador e estão na reta final para começar a operar.
Versão brasileira do Payment Initiation Service Provider (PISP), o iniciador de transação de pagamento (ITP) é uma instituição que, como o próprio nome deixa claro, pode iniciar uma transação de pagamento via Pix, a pedido do usuário e com o seu prévio consentimento.
“Estamos no começo deste mercado que está na esteira de evolução do Pix”, aponta Marcelo Martins, CEO e cofundador do Iniciador, fintech que acaba de chegar ao mercado e oferece uma plataforma SaaS, plug-and-play, para empresas que planejam se tornar iniciadoras de pgamento.
Com foco em Open Payments, a solução do Iniciador já tem dois clientes em fase de integração. Por contrato, o empreendedor não pode abrir os nomes, mas diz que são “fintechs de médio porte”. O pipeline é grande. “Temos conversas com 15 a 20 empresas, algumas que não são instituições autorizadas ainda”, conta.
Depois do Ideal, Itaú parte para o “ataque” e compra 35% da Avenue👈
Pedro Moreira Salles, ex-CEO do Unibanco avisou que o maior conglomerado financeiro da América Latina estava “saindo da defensiva para o ataque” contra as fintechs. Entre os planos, estava a migração de 50% do seu sistema legado para a nuvem até o final deste ano, e o projeto iVarejo, por exemplo. De lá para cá, o banco vem cumprindo a promessa.
Depois de lançar a plataforma de investimentos íon, em outubro de 2020, o Itaú pisou no acelerador e anunciou em janeiro deste ano a aquisição do controle da corretora Ideal por R$ 651,3 milhões. Agora, o maior banco privado do país fechou a compra de 35% da Avenue Securities, corretora digital norte-americana fundada pelo ex-XP Roberto Lee.
Na primeira etapa do acordo, o Itaú está pagando R$ 493 milhões pela participação na corretora, sendo R$ 160 milhões em um aporte primário e os outros R$ 333 milhões, em uma transação secundária. Em dois anos, o banco vai comprar mais 15,1% do negócio, assumindo o controle da fintech. E em cinco anos, terá a possibilidade de ficar com 100% da Avenue.
Com o negócio, a Avenue vai distribuir seus produtos à base de clientes do Itaú que, por sua vez, vai diversificar a oferta internacional de produtos e serviços – hoje o banco já oferece essa possibilidade para o segmento private. E a Avenue já tem parceria de distribuição com outros clientes.
Swap lança BaaS para o mercado de despesas corporativas👈
Depois de se tornar um dos nomes fortes no segmento brasileiro de “serviços financeiros para quem oferece serviços financeiros” – o tal do Banking-as-a-Service (BaaS) – a Swap agora tem um novo mercado na mira. A empresa está lançando uma nova solução, chamada Corpway, voltada à serviços de gestão e controle de despesas corporativas.
Na plataforma, a companhia pretende oferecer, no seu tradicional modelo white label, soluções de cartões de crédito pré-pagos, acesso a dados para conciliação de despesas e automatização de reembolsos, além de recursos de antifraude.
Com o Corpway, a meta é endereçar o crescente mercado de soluções para gestão de despesas, que segundo um levantamento feito pela Swap movimenta cerca de R$ 650 bilhões só no Brasil. “É um mercado pelo menos três vezes maior (em valores transacionados) que o de benefícios”, afirmou Marcelo Schucman, head de novos negócios da Swap, em entrevista ao Startups.
“As empresas por muito tempo vêm tendo dificuldades com as infraestruturas existentes, geralmente atreladas aos bancos”, aponta Schucman. Segundo o executivo, no modelo dos bancos, ao fazer cartões corporativos, por exemplo, os dados das transações são muito crus, o que aumenta a complexidade, mesmo com um sistema de gestão dedicado. “Aumentamos o refinamento dos dados para as empresas terem mais inteligência no software de gestão”, completa.
Além de mais informações na identificação dos gastos, a plataforma criada pela Swap foi desenvolvida para suportar outras configurações, como questões hierárquicas das empresas. Para dar um exemplo, Marcelo cita que cartões de um gerente ou de um funcionário em viagem podem ser diferenciados, com uma granularidade maior do que simplesmente entregar um “cartão da firma” e pedir as notas fiscais depois.
Saúde e paz,
Walter Pereira