#53: Short Takes: A interoperabilidade nos sistemas de pagamentos; O crescimento dos neobanks; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #53: 25/07-31/07
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A interoperabilidade nos sistemas de pagamentos
Criar uma infraestrutura interoperável para pagamentos transfronteiriços está entre um dos maiores desafios do setor financeiro atualmente.
A modernização dos pagamentos tem sido impulsionada pelas fintechs e por reguladores que estão adotando sistemas de pagamentos instantâneos. São diversas iniciativas já adotadas pelos reguladores:
Na Austrália 🇦🇺, há o NPP (New Payments Platform); em Cingapura 🇸🇬, existe o PayNow; a Tailândia 🇹🇭 conta com o AnyID; a República Dominicana 🇩🇴 conta com o SIPARD e o RGTS; o Reino Unido 🇬🇧, o PAYM; o Brasil 🇧🇷, com o Pix; na Índia 🇮🇳, existe o UPI; e nos EUA 🇺🇸 os reguladores estudam implementar o FedNow.
Buscar facilitar as transações dos seus cidadãos muitas vezes requer um esforço conjunto do setor privado e público. Trazer interoperabilidade, ou seja, fazer com que um sistema de pagamento seja capaz de se comunicar com outro sistema de pagamento, é um desafio presente na indústria.
Um documento recente do Bank for International Settlements – BIS destacou as principais razões para os sistemas de pagamentos não serem interoperáveis 👇
1️⃣ Diferentes padrões técnicos, protocolos de comunicação e infraestrutura de hardware e software de suporte;
2️⃣ Diferentes linguagens entre sistemas, fazendo com que uma tradução de dados e semântica corrompa os dados;
3️⃣ Diferentes regras de negócios, como quem pode acessar a plataforma de pagamentos e como as obrigações são liquidadas.
Acertar a interoperabilidade entre sistemas pode ter impactos positivos para o setor financeiro.
A interoperabilidade pode garantir mais competitividade, visto que mais TPPs poderão entrar no mercado e não terão custos significativos de conformidade. Plataformas abertas e interoperáveis podem dar origem a um círculo virtuoso de maior acesso, menores custos e melhores serviços.
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O crescimento dos neobanks
Os neobanks estão contribuindo ativamente para a evolução dos serviços financeiros em países como Reino Unido 🇬🇧, EUA 🇺🇸, Brasil 🇧🇷 e Coreia do Sul 🇰🇷.
A Simon-Kucher estima que atualmente tenhamos 400 neobanks espalhados pelo mundo, atendendo cerca de um bilhão de clientes e valendo cerca de 300 bilhões de dólares.
As estimativas também dizem que a cada ano 50 novos neobanks surgem ao redor do mundo. Em relação aos países onde os neobanks causaram mais disrupção nos serviços financeiros, o Brasil 🇧🇷 ficou em quarto lugar.
No Oriente Médio e Norte da África (MENA) os neobanks ganharam pouca tração. Apesar de termos exemplos notáveis em MENA, no geral os neobanks não incomodaram tanto os bancos tradicionais da região.
➡️ O relatório abordou os principais fatores regionais que devem ser considerados pelos neobanks no momento de construção de estratégias promissoras no mercado do Oriente Médio e Norte da África, são eles:
1️⃣ Tamanho populacional relativamente pequeno em vários mercados;
2️⃣ Ambiente regulatório incipiente para os neobanks;
3️⃣ Distintos segmentos de clientes que podem ser atendidos dentro desses mercados.
Considerando esses fatores, os neobanks devem focar em:
1. Negócios que superem as limitações geográficas, não se restringindo a regiões com populações pequenas;
2. Lançar ofertas do tipo superapp, explorando produtos não bancários para aumentar a receita e a atenção do consumidor;
3. Fazer ofertas especificas e personalizadas para que seja possível atender diferentes grupos de clientes.
É interessante notar que muitas das estratégias listadas acima foram utilizadas por players de sucesso na América Latina.
Alguns dos fatores que acredito que fizeram a América Latina, especificamente o Brasil, ser um sucesso para o desenvolvimento de modelos como os dos neobanks foram: sua regulação favorável (que trouxe segurança jurídica para esses modelos de negócios, bem como atraiu estrangeiros para empreender aqui); falhas de mercados (como concentração bancária, experiências ruins, e alta taxa de juros); e população desbancarizada considerável.
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Principais notícias da semana 📰
FinanZero levanta R$ 22 milhões e mira breakeven 👈
Agora, com uma média mensal de 1,5 milhão de solicitações de crédito feitas em sua plataforma, a fintech está focada em dar resultado.
“Vamos fazer ‘growth’ este ano, sim, mas o pensamento mudou – para mim, para o conselho e para os stakeholders. Precisamos mostrar o breakeven. É algo que vamos ver cada vez mais no mundo das startups como um todo”, disse ao Finsiders o sueco Olle Widén, CEO e cofundador da FinanZero, reconhecendo que a conversa com os investidores agora é outra.
A fintech acaba de levantar US$ 4,1 milhões (aproximadamente R$ 22 milhões) em uma rodada com os atuais investidores.
O aporte captado será destinado, principalmente, para a ampliação da equipe de tecnologia e dados. “Queremos usar o dinheiro para contratar data scientists e crescer nessa parte de data analytics”, explica o fundador. Do lado da demanda, a FinanZero possui um banco de dados com 31 milhões de pedidos de empréstimos já realizados na plataforma. Mensalmente, são cerca de 1,5 milhão de solicitações.
A empresa não abre o volume originado em crédito, tampouco o número de usuários ativos, mas diz que a quantidade de contratos de empréstimo cresceu 143% nos últimos 12 meses, até 22 de abril, na análise ano contra ano. Já a receita mais do que dobrou na mesma base de comparação. A quantidade de leads, por sua vez, saltou 88%.
Transações financeiras têm 527 mil tentativas de fraudes até junho 👈
No primeiro semestre, foram identificadas 527 mil tentativas de fraudes em processos digitais no setor financeiro, como abertura de contas, emissão de cartões, operações via Pix e contratação de empréstimo pessoal e crédito direto ao consumidor (CDC).
O número representa 2,71% do total de mais de 19 milhões de transações analisadas no período pela ClearSale, companhia especialista em soluções de prevenção e gerenciamento de risco em diversos segmentos, como e-commerce, mercado financeiro, telecomunicações e vendas diretas.
Os dados fazem parte do Mapa da Fraude, referente ao primeiro semestre, divulgado nesta segunda-feira (25) pela empresa, em coletiva com jornalistas.
Para se ter uma ideia, em 2021 como um todo, a ClearSale analisou 35 milhões de propostas/transações no setor financeiro e, desse total, mais de 1 milhão foram tentativas de fraudes. Em 2020, esse número era de pouco mais de 902 mil.
Em outras palavras, a digitalização no setor foi acelerada nos últimos anos, e com ela cresceu também a quantidade de ações fraudulentas.
A tale of two surveys: Fintech VCs change tune on investment landscape 👈
What a difference a few months makes. In mid-February, we published a survey of 10 fintech investors with questions on topics such as what areas they are excited about and their outlook for the future. Here we are, not even six months later, and the vibe from the responses of our latest survey — this time of eight fintech investors — is a very different one.
A few examples…
When asked in February what differences in the landscape he saw in 2021 and if deals were much more competitive, Accel partner Ethan Choi responded: “On the investing side, deals were definitely more competitive and valuations certainly reflect that, even despite a correction in public fintech comps.”
And SoftBank Investment Advisers’ managing partner Munish Varma, in response to the same question, said: “The heightened level of funding has increased competition, especially for high-quality companies.”
Bottom line is that earlier this year, the sentiment was more of: “Woo hoo — everything is amazing and 2021 was a stellar year in the world of fintech.” And today, it’s more like: “We’re proceeding very, very cautiously — and you should too.”
Saúde e paz,
Walter Pereira