#67: Short Takes: A atuação dos bancos centrais na promoção da inovação financeira: CBDC, Real Time Payment e Token Economy
W FINTECHS NEWSLETTER: 20/02-26/02
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A transformação digital tem levado bancos centrais a questionarem seus papéis e responsabilidades na economia digital em constante evolução. A principal transformação que pudemos perceber nas últimas décadas, principalmente nas últimas 6, foi a transformação no sistema de pagamentos.
No Brasil, desde 1997 nosso sistema de pagamento atravessa por transformações profundas que possibilitaram com que a liquidação das transações ocorresse em instantes. Isso trouxe maior eficiência e também trouxe redução de custos, reduzindo, por sua vez, o número de intermediários. Talvez essa seja a força motriz dessa nova fase financeira: reduzir intermediários. O Pix e a iniciação de pagamentos são grandes exemplos disso, ao permitir que as transações ocorram de forma account-to-account (A2A). Um outro fator que impulsiona a transformação nos meios de pagamentos são as CBDCs e a tokenização da economia.
Historicamente, os bancos centrais têm acompanhado as mudanças tecnológicas e nas demandas dos usuários, visando garantir que o dinheiro do banco central seja disponibilizado de maneira relevante para a economia digital. O Banco Central do Brasil, por exemplo, tem exercido um papel importante na promoção e orientação da inovação financeira no país. A CBDC, através do Real Digital, elevará ainda mais esta discussão e os benefícios promovidos por este ecossistema digital.
A moeda digital do banco central pode promover a concorrência entre os intermediários do setor privado, estabelecer altos padrões de segurança e gerenciamento de riscos e servir como base para inovações sólidas em pagamentos. A conversa sobre CBDCs começou a ganhar tração por conta da expansão na adoção de criptomoedas, e o potencial risco que essa expansão provocaria no controle da política monetária.
Existem muitas blockchains diferentes em uso hoje, cada uma com suas próprias regras e protocolos. Isso pode dificultar a transferência de valor entre diferentes redes e limitar a eficiência e a liquidez do mercado. Um ledger unificado feito pelo banco central poderia ajudar a resolver esse problema, fornecendo uma plataforma comum para a troca de valor entre diferentes blockchains e sistemas financeiros. Isso permitiria a criação de um sistema financeiro mais integrado, facilitando a transferência de valor entre diferentes moedas digitais e sistemas financeiros.
Um ledger unificado pode aumentar a segurança e transparência financeira, reduzindo a necessidade de intermediários e simplificando a auditoria de transações. No entanto, a implementação desse sistema pelo banco central apresenta desafios e riscos, incluindo a resistência de outros players no mercado e a necessidade de desenvolver uma infraestrutura robusta e segura para gerenciar o sistema.
Saúde e paz,
Walter Pereira