#72: Novas tecnologias e as transformações no mercado de trabalho: adaptar-se, sem perder a essência
W FINTECHS NEWSLETTER #72: 24/03-30/03
📝Key Takeaways:
A indústria de hardware e o surgimento da "economia de dados" democratizaram o acesso à informação e promoveram uma mudança na maneira como consumimos conteúdos, produtos e nos comunicamos;
A inovação promove mudanças em todos os aspectos, incluindo no mercado de trabalho, que está sendo afetado pela automatização, inteligência artificial, digitalização e economia de dados;
Os ciclos de inovação estão cada vez mais curtos, o que significa que os trabalhadores e as empresas precisam ser capazes de se adaptar rapidamente às mudanças e aprender novas habilidades;
Aqueles que não se adaptaram ao cenário disruptivo que estava emergindo no setor financeiro acabaram sumindo ou sendo adquiridos por aqueles que se adaptaram ou promoveram a transformação;
Apesar dos desafios, o novo cenário que se abre é cada vez mais promissor e com muitas oportunidades, especialmente para profissionais especializados em tecnologia, análise de dados, gerenciamento de projetos, vendas, marketing e cibersegurança.
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Certa vez, T. S. Eliot escreveu que “num país de fugitivos, aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo”. Gosto de aplicar esta frase nas transformações tecnológicas que o mundo está vivendo, pois nos lembra da importância de estarmos conscientes das mudanças tecnológicas que ocorrem, ao mesmo tempo que também enfatiza a coragem de seguir nossos próprios caminhos, mesmo que isso signifique parecer "fugitivo" ou ir na direção contrária da maioria — é adaptar-se, sem perder a essência.
Nos últimos 70 anos, o PIB global saiu de US$ 1 trilhão, em 1950, para mais de US$ 90 trilhões, em 2020. Essa expansão é explicada por diversos fatores, como uma economia mais globalizada, políticas econômicas favoráveis e, especialmente, aos progressos tecnológicos das últimas décadas. A indústria de hardware, que ganhou força no fim dos anos de 1950 e começo dos anos de 1960, contribuiu para pavimentar uma transformação tecnológica que nos permitiu não só democratizar o acesso à informação, através dos computadores pessoais e celulares, como também processar uma gama de dados que fundamentou o surgimento da “economia de dados” e promoveu uma verdadeira mudança na maneira como consumimos conteúdos, produtos e nos comunicamos.
Ao longo do caminho, players que não se adaptaram ao cenário disruptivo que estava emergindo acabaram sumindo ou sendo adquiridos por aqueles que se adaptaram ou promoveram a transformação. No setor financeiro esta transformação ficou ainda mais nítida nos últimos anos. De 2008 até os dias atuais, diversas foram as instituições tradicionais que tiveram que adaptar seus modelos de negócios para uma realidade ainda mais competitiva e inovadora. Casos como do Unibanco, que no começo dos anos 2000 implementou o “internet banking”; do Itaú, que desde 2015 vem utilizando a tecnologia para tornar mais eficiente o atendimento aos seus clientes; e da Caixa que através de seu aplicativo “Caixa Tem” ajudou a bancarizar milhões de brasileiros são casos emblemáticos sobre como a transformação promovida pela tecnologia movimenta os players tradicionais. Apesar de movimentá-los, a essência permanece: a história e seus respectivos legados ganham agora um novo capítulo em um cenário ainda mais inovador e disruptivo.
Na carreira, o mesmo acontece. Dados do Banco Central mostram que o número de agências bancárias vêm diminuindo — no ano passado, o país fechou mais de 300 unidades. Isso impacta diretamente carreiras que antes eram tidas como tradicionais. A inovação promove mudanças em todos os aspectos e cabe a nós nos adaptarmos a ela, sem perder a essência.
Existem muitos fatores que estão pavimentando a transformação no mercado de trabalho, tais quais:
Automatização e inteligência artificial: a automatização e a inteligência artificial estão mudando a forma como as tarefas são realizadas, permitindo que muitos trabalhos rotineiros sejam realizados por máquinas. Isso significa que muitas profissões estão se tornando obsoletas e novas habilidades são necessárias para trabalhar em conjunto com a tecnologia;
Digitalização e economia de dados: a digitalização está mudando a forma como as empresas operam e criam valor, permitindo que elas coletem e analisem grandes quantidades de dados. A economia de dados está criando novas oportunidades de negócios e modelos de trabalho e através do Open Finance, por exemplo, espera-se que o setor financeiro intensifique ainda mais sua transformação digital, uma vez que será necessário criar ainda mais valor a partir dos dados compartilhados pelo cliente;
Aceleração das mudanças: os ciclos de inovação estão cada vez mais curtos, ou seja, as transformações estão acontecendo cada vez mais rápido. Isso significa que os trabalhadores e as empresas precisam ser capazes de se adaptar rapidamente às mudanças e aprender novas habilidades e implementar novas soluções em seus negócios em um ritmo acelerado. Aqueles que não conseguem acompanhar as mudanças podem ficar para trás no mercado de trabalho.
Apesar dos desafios, o novo cenário que se abre é cada vez mais promissor e com muitas oportunidades. Para os profissionais que querem atuar nesta nova realidade do mercado financeiro, há diversas oportunidades, incluindo funções em tecnologia, análise de dados, gerenciamento de projetos, vendas, marketing e cibersegurança. Está cada vez mais crescente a demanda por profissionais que são capazes de coletar, analisar e interpretar grandes quantidades de dados; profissionais especializados em cibersegurança para garantir a segurança dos sistemas e dados.; e profissionais capazes de gerenciar projetos de tecnologia em larga escala e com múltiplos stakeholders. Do lado das empresas, há uma série de benefícios e oportunidades que podem ser oferecidos para a evolução profissional e atração de talentos, como programas de treinamento específicos e remuneração e benefícios atraentes para atrair e reter talentos, além de criar uma cultura de trabalho inclusiva e flexível para melhorar o bem-estar dos funcionários.
As novas tecnologias promovem uma verdadeira transformação na maneira como as empresas operam e vendem, assim como na forma como os profissionais exercem suas funções e são remunerados. Tecnologias como inteligência artificial e a automatização de tarefas podem assustar em primeiro momento — é para isso que inovações existem, para promover movimento e evolução. O futuro do trabalho certamente será diferente, e talvez um pouco mais robotizado, mas uma coisa que a tecnologia não substitui é a nossa essência. O grande desafio é adaptar-se, sem perder a essência.
Saúde e paz,
Walter Pereira
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