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2023, assim como 2022, está sendo um ano de mais incertezas e volatilidade econômica. Depois de quase uma década de alta liquidez, o mundo vive agora um momento de instabilidade e incerteza em relação ao futuro. O aumento das bases monetárias ao longo da pandemia, e a guerra entre Ucrânia e Rússia foram os catalisadores de algo que já estava previsto, só não se sabia quando.
No primeiro semestre de 2023, surgiram discussões importantes que provavelmente continuarão em destaque no segundo semestre. Bancos centrais ao redor do mundo estão concentrados em mitigar os impactos da inflação, resultando em aumentos nas taxas de juros. Isso afetou determinados modelos de negócio e gerou incertezas em relação a formas de financiamento, como o Venture Capital.
A quebra do Silicon Valley Bank evidenciou que certas práticas financeiras ainda persistem, apesar das regulamentações implementadas após a crise financeira de 2008. A falência desse "banco das startups" gerou incertezas no ecossistema, mas que se dissiparam ao longo dos meses seguintes. O impacto das taxas de juros mais altas e a dificuldade de captação para players maiores demonstraram que o cenário ainda é incerto. Para sobreviver a essa nova realidade, algumas empresas precisarão reorientar suas métricas operacionais.
No Brasil, a política e a economia estão constantemente em conflito. Desde o início do ano, o novo Presidente da República e parte de sua equipe têm questionado a autonomia do Banco Central, implementada no final de 2020. A alta taxa de juros, resultado principalmente do estado fiscal das contas públicas, tem sido criticada pelo novo governo. Esses questionamentos tendem a aumentar a incerteza no ambiente de negócios do país. Vale ressaltar que a taxa criticada é a SELIC, de curto prazo, enquanto a de longo prazo não é controlada pelo banco central, mas sim pelas expectativas dos agentes econômicos (mercado), sendo assim, quanto pior for este cenário de embate e instabilidade institucional, mais prejudicados serão aqueles que desejam produzir, bem como obter crédito no mercado para manter seus negócios e sobreviver ao novo cenário de instabilidade global.
Para o segundo semestre, acredito que algumas variáveis se manterão. Globalmente, a incerteza tende a aumentar à medida que não temos um cenário tão definido sobre quando a recessão realmente começará. No Brasil 🇧🇷, as discussões sobre a necessidade da autonomia do Banco Central, bem como a redução da taxa de juros por meio da política e não da técnica, poderão encarecer ainda mais o crédito e prejudicar o sistema produtivo.
Para as fintechs, apesar do cenário incerto, vejo que aquelas que conseguirem ajustar suas estratégias e encontrar formas de retenção, além de buscar novas fontes de receita, prosperarão. No Brasil, o cenário regulatório nunca esteve tão favorável para inovar.
Saúde e paz,
Walter Pereira