#77: Reflexões da FEBRABAN TECH 2023: nova realidade para fintechs, tokenização da economia, Embedded Finance e Open Finance
W FINTECHS NEWSLETTER #77: 26/06-02/07
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Nos dias 27, 28 e 29 de junho, ocorreu o Febraban Tech 2023, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia financeira.
No ano passado, um local específico marcava a entrada do evento: o túnel do tempo, que nos levava em uma viagem reflexiva, com mais de 30 anos, sobre o papel do setor bancário e financeiro na transformação e desenvolvimento econômico do Brasil.
Lembro-me que em uma das telas havia um monitor dedicado a Arnaldo Jabor, em sua participação no CIAB (antigo nome do evento) em 2004.
Jabor destacava o papel do período hiperinflacionário no ganho de eficiência do setor, bem como na introdução de novas tecnologias e no desenvolvimento de arcabouços regulatórios que pudessem se adaptar aos desequilíbrios monetários causados pela hiperinflação. Certamente, isso trouxe agilidade para que, tempos depois de superado o monstro inflacionário, pudéssemos empreender em iniciativas virtuosas, como a reforma do sistema de pagamento brasileiro, o desenvolvimento do mercado de cartões e a abertura do mercado para novos players.
Neste ano, os desafios causados pelo novo momento econômico global não ficaram de fora. Na fala de alguns participantes da Arena Fintech, temas como a dificuldade em captação de recursos, a manutenção de um modelo economicamente sustentável e a busca por grupos econômicos que garantam boas margens de retorno foram os assuntos principais.
Na fala dos representantes dos bancos, o apoio à inovação financeira, bem como a introdução de novas tecnologias (como a computação quântica e do próprio Open Finance) que consigam reduzir os custos operacionais e de transações, também foram destaque. Além disso, o evento trouxe um tema cada vez mais real: a tokenização da economia e seus desafios e oportunidades para as instituições financeiras.
O Febraban Tech 2023, além de ter reforçado o importante papel que a indústria financeira representa para o desenvolvimento econômico e social do país, também mostrou que o Brasil ainda está na vanguarda da introdução de novas tecnologias financeiras.
O que os estandes da Embratel e da Vivo representavam na Febraban Tech 2023?
A indústria de telecomunicações tem ajudado a pavimentar uma série de transformações digitais nas últimas décadas. Do primeiro telefone às redes de telecomunicações mais modernas, foram introduzidos diversos mecanismos que simplificaram nossas vidas (celular, redes de telefonia móvel, mensagens instantâneas, avanços nas trocas de mensageria de protocolos, etc).
Nas últimas décadas, com os avanços da indústria de hardware e software, pudemos vivenciar o surgimento da Economia de Dados (a partir dos avanços do hardware que permitiram o consumo de uma massa cada vez maior de dados, o que possibilitou utilizar diferentes pontos de dados para a personalização de jornadas), assim como o avanço da Economia de APIs (que, a partir dos avanços da indústria de hardware e software, tornou possível criar mecanismos simples que permitiram que diferentes empresas utilizassem serviços sem que fosse necessário construí-los do zero).
A Economia de Dados e a Economia das APIs estão fazendo com que caminhemos para uma economia cada vez mais conectada, onde diferentes setores da economia estão se encontrando com o setor financeiro, por exemplo.
O setor de telecomunicações é um deles. À medida que o Open Finance avança no país e o Brasil começa a discutir a expansão do escopo de dados para outros setores, o setor de telecomunicações é um deles. A Austrália, que começou desde o início a pensar em um ecossistema de Open Data, está avançando no tema de compartilhamento de dados em telecomunicações. O país tem progredido na criação desta infraestrutura, visando principalmente maior competitividade no setor, melhoria do desempenho no processamento de dados e modernização da rede.
No Brasil, ainda não há nenhum sinal específico de avanços, embora os reguladores queiram iniciar a discussão sobre Open Data. No entanto, o setor de telecomunicações já passou por uma intensa transformação digital nas últimas décadas, incorporando serviços financeiros em sua linha de produtos; investindo em players especializados na agregação e inteligência de dados; fazendo parcerias com fintechs e instituições financeiras diversas; e criando programas que facilitam a inclusão de novos cidadãos no sistema financeiro por meio de redes móveis.
A presença dos estandes da Embratel e da Vivo na Febraban Tech demonstra a transformação em andamento no setor financeiro. O Embedded Finance, os ganhos de velocidade, conectividade e capacidade de processamento de dados trazidos pelo 5G e o uso da computação em nuvem são o início desta empolgante jornada de transformação.
Assim como a globalização interligou o mundo, as iniciativas de Embedded interligarão ainda mais setores da economia que, à primeira vista, parecem distantes e distintos. O futuro das finanças não será restrito apenas ao setor financeiro.
Saúde e paz,
Walter Pereira