#39: Short Takes: Open Data na Austrália; BNPL; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #39: 21/03-27/03
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Open Data na Austrália
Quando a Estônia 🇪🇪 lançou, no final de 2014, sua estratégia de governo digital — apelidada de e-Estônia — o WhatsApp engatinhava no Brasil 🇧🇷; completava 3 anos que Marc Andreessen publicou o artigo “Software Eating The World”; e ainda estávamos em transição para o 4G.
De lá pra cá, a tecnologia avançou a passos largos. De carros autônomos a viagens espaciais, o mundo mudou e os avanços tecnológicos melhoraram nossas vidas em diversos sentidos. A cultura do cliente no centro da operação, fortaleceu a ideia de uma cultura Data-Driven. Os dados ganharam relevância global e à medida que vamos descobrindo seus benefícios e malefícios, novas regulamentações de privacidade de dados são discutidas e implementadas.
Na Europa 🇪🇺, a GDPR. No Brasil 🇧🇷, a LGPD. Enfim, são os dados ganhando notoriedade, responsabilidades e os usuários, titulares desses dados, ganhando poder de voz.
Ao lado de países como a Estônia, a Austrália 🇦🇺 caminha para rumos semelhantes. No último ano, o governo australiano investiu mais de US$ 1,2 bilhões no futuro digital do país por meio da Digital Economy Strategy. A estratégia descreve políticas e ações que o governo está tomando para até 2030 desenvolver o futuro da Austrália como uma economia digital moderna e líder — os benefícios potenciais para a economia australiana por meio da digitalização foram estimados em até 315 bilhões de dólares australianos na próxima década.
Em paralelo a esta estratégia, o governo australiano introduziu em novembro de 2017 o Consumer Data Right (CDR). O CDR dará aos consumidores maior acesso e controle sobre seus dados e o objetivo é que melhore a capacidade dos consumidores de comparar e alternar entre produtos e serviços. O CDR é como o Open Finance no Brasil, mas com outro nome e uma ideia inicial bem mais ampla do que o que vinha sendo discutido pelo mundo até então.
Os principais objetivos políticos do CDR foram:
1. incentivar a concorrência e um maior acesso a informações anteriormente indisponíveis;
2. dar suporte a novos entrantes em setores distintos do setor financeiro, impulsionando a inovação no país;
3. melhorar a oferta de produtos e serviços.
Em recente consulta pública, aberta para comentários de 22 de julho a 2 de setembro de 2021, foram identificadas algumas perguntas-chaves que orientam os reguladores e a indústria a realizarem uma abordagem mais ágil para a futura expansão do CDR, priorizando um número menor de conjuntos de dados em setores que irão desbloquear mais rapidamente casos de uso.
Os principais fatores são ilustrados na figura abaixo e incluem:
- Benefícios para os consumidores;
- Valor para os destinatários dos dados;
- Convergência com os objetivos políticas;
- Custos para detentores de dados;
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A Austrália 🇦🇺 está avançando rapidamente para um Smart Data.
Lá, o escopo é mais amplo, eles já falam de Consumer Data Right (CDR), deixando nítido o propósito do programa desde o inicio: o empoderamento dos clientes em relação aos seus dados.
Em janeiro deste ano, o governo anunciou que a próxima área prioritária para a implementação do CDR em toda a economia australiana é a expansão para o Open Finance, com base nos dados bancários (Open Banking) que já estão disponíveis, e dados de energia e telecomunicações que estão sendo trazidos para o CDR.
A expansão para o Open Finance ocorrerá de maneira faseada para facilitar uma abordagem rápida e direcionada (semelhante ao que ocorre no Brasil 🇧🇷).
A Fase 1 do Open Finance australiano incluirá o setor de empréstimos, seguros e aposentadoria.
A estimativa é que até o final de 2022 esteja concluída a avaliação e designação da fase 1 do Open Finance australiano.
Mais uma vez, o que me surpreende na consideração da expansão do escopo de dados do Open Data australiano é o framework que o país utiliza para considerar se é viável ou não a inclusão de um determinado setor.
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BNPL
Acreditar no futuro nos fez progredir. Acreditar que o outro te pagará de volta é o que garante e sustenta o sistema financeiro.
O BNPL (buy now, pay later) continua revolucionando o cenário de pagamentos, com os consumidores mostrando um interesse cada vez maior por opções de pagamentos convenientes e simples.
Players de diferentes partes do mundo estão se tornando gigantes em seus mercados. Da Índia 🇮🇳 às Américas 🇺🇸 🇲🇽, o BNPL está ganhando espaço e substituindo o tradicional cartão de crédito.
Fintechs famosas como a Afterpay e a Klarna, estão abrindo caminho para métodos de pagamentos mais alternativos e introduzindo maneiras mais amigáveis de compras.
Em fevereiro, a Klarna lançou um cartão físico de BNPL. No entanto, pesquisas recentes mostram que a satisfação com o uso do BNPL na loja é significativamente menor em 55%, contrastando com a satisfação geral com as transações de BNPL online de 72%.
Apesar do sucesso do BNPL, a RFI Global mostrou que há 4 principais motivos para evitar o uso do BNPL, são eles:
1. Pessoas que não querem assumir dívidas: 48% dos australianos; 33% dos mexicanos.
2. Pessoas que só compram o que podem pagar imediatamente: 36% dos indianos; 31% dos americanos.
3. Pessoas que preferem pagar através de outra forma de pagamento (dinheiro, cartão de débito, etc.): 44% dos australianos; 33% dos franceses
4. Pessoas que ficam preocupadas com taxas ocultas no serviço: 30% dos mexicanos; 21% dos australianos.
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Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Apple adquire a Credit Kudos, startup financeira do Reino Unido 👈
De acordo como uma matéria do The Block, a Apple adquiriu recentemente a Credit Kudos, uma startup de open banking do Reino Unido.
Como apurado pelo veículo, a página de Termos de Uso no site do Credit Kudos, atualizada em 21 de março, agora indica que a empresa é uma “subsidiária da Apple”.
A Credit Kudos é essencialmente uma agência de verificação de crédito que diz fornecer uma imagem mais completa da saúde financeira e da capacidade de crédito de uma pessoa do que outras empresas.
Sua API1 usa a plataforma bancária aberta do Reino Unido para analisar dados de contas bancárias com o intuito de ajudar os provedores bancários a tomar decisões melhores e mais rápidas quando as pessoas procuram empréstimos ou outros serviços financeiros.
O anúncio, porém, deu início a algumas especulações de que a aquisição pode abrir caminho para a chegada do Apple Card ao Reino Unido — como sabemos, o cartão de crédito da Apple está disponível somente nos Estados Unidos desde agosto de 2019.
“Hoje, nosso desafio é dizer não”, diz VP do Mercado Pago, a fintech do Mercado Livre; grupo adota ‘growthfit’ como mantra para 2022 👈
“Hoje, nosso desafio é dizer não”. A afirmação é do vice-presidente do Mercado Pago no Brasil, Tulio Oliveira, e indica que sobram oportunidades para continuar crescendo e entrando em novos segmentos do mercado brasileiro. Mais difícil é entregar resultados positivos para os acionistas.
“Depois de anos satisfeitos apenas com as altas taxas de crescimento, os investidores em startups já começam a abandonar as que só crescem mas nunca apresentam rentabilidade”, diz Oliveira.
O executivo entregou poucos detalhes, mas deixou nítida a intenção de continuar tirando vantagem da base de clientes do MeLi, enquanto reforça sua marca como negócio independente.
Hoje, o Mercado Pago tem mais de 34 milhões de clientes – aos quais oferece meia dúzia de soluções de crédito e pagamento, como cartões, CDC, PIX e QR code. Também tem mais de 3 milhões de “vendedores” – a maioria microempresas – que usam o Mercado Pago para receber suas vendas. Além deles, outros 9 milhões de vendedores do MeLi também são usuários da fintech, que oferece três opções de maquininhas para captura de transações. “Por meio do Mercado Envios, a maquininha chega nas mãos dos vendedores em 24 horas. Isso é inclusão financeira”, diz Oliveira.
Uma das metas do Mercado Pago para 2022 é se consolidar como plataforma completa de investimentos. “Nossa natureza é de construtor, de consolidador; mas se aparecer alguma oportunidade de aquisição, estamos abertos”, diz Oliveira.
A partir de abril, o Mercado Pago começará a oferecer também Certificados de Depósitos Bancários (CDB), que aceitarão aplicações a partir de R$ 1. “Teremos alternativas com várias taxas, prazos e condições de acordo com o perfil do aplicador”, informa o executivo. “O CDB é flexível, podemos usá-lo para fazer promoções, por exemplo”.
A estratégia da fintech norte-americana Intuit para crescer no Brasil 👈
Em 2015, a Intuit desembarcou no Brasil após comprar a startup ZeroPaper, software de gestão financeira para pequenos negócios. A transação permitiu à fintech norte-americana trazer ao mercado brasileiro um de seus principais produtos, o QuickBooks.
De lá pra cá, a empresa vem ampliando os investimentos na operação local.
O próximo passo da Intuit será na vertical de serviços financeiros, com novas opções de pagamento e recebimento para os clientes – uma das três principais dores apontadas pelas empresas, ao lado do acesso a crédito e da captação de clientes.
Para avançar na área, o executivo diz que o caminho será via parcerias, e neste momento ele descarta aquisições. “Temos várias conversas em andamento com vários players de banking e crédito, sobretudo fintechs, para entender os modelos e fechar parcerias. No futuro, talvez possamos pensar em M&A”, afirma.
A prioridade em serviços financeiros agora é a conciliação bancária e, sobretudo, a importação automática dos dados bancários das empresas que, em geral, têm mais de uma conta em instituições financeiras. “E aí o Open Banking facilita essa integração bancária e troca de dados. Esses serviços são feitos principalmente por meio de agregadores”, diz Tiago.
Não à toa, a Intuit fechou um acordo com a Belvo, plataforma de Open Finance, em uma parceria que foi iniciada no ano passado e será lançada oficialmente em maio, revela Tiago.
Saúde e paz,
Walter Pereira