#45: Short Takes: as Born Global; O futuro das fintechs; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #45: 09/05-15/05
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Born Global
As Grandes Navegações reduziram o mundo de grande para médio; a tecnologia (de 1800 até 2000) reduziu o mundo de médio para pequeno; agora, estamos reduzindo o mundo de pequeno para minúsculo.
O jornalista Thomas Friedman, em 2005, publicou um livro chamado "O mundo é plano" em alusão a esta transformação promovida pelas evoluções tecnológicas. Ocorre que, agora, esta esfera chamada Terra está se achatando e tornando possível nos conectar com o outro lado do mundo em questões de segundos.
Neste contexto, nascem as 'born global' - companhias que desde seus early days já pensam em fazer negócios de forma global. O termo foi cunhado em um artigo publicado pela McKinsey em 1993, analisando as empresas de manufatura da Austrália 🇦🇺. E desde então, este fenômeno tem ganhado cada vez mais relevância, principalmente no contexto das startups.
Os motivos para a rápida internacionalização das empresas 'born global' são numerosos, por exemplo:
1️⃣ o crescente papel dos nichos de mercado e a maior demanda por produtos especializados ou customizados é um dos fatores mais importantes;
2️⃣ ciclos de vida de produtos mais curtos é outro fator que faz com que as empresas 'born global' adotem uma perspectiva internacional, independentemente de sua idade e tamanho;
3️⃣ os avanços significativos nas áreas de produção, transporte, tecnologia e comunicação;
4️⃣ as capacidades mais elaboradas das pessoas, incluindo as do fundador/empreendedor.
As 'born global' nos países emergentes também estão ganhando relevância.
Diversas empresas de países emergentes estão escalando suas operações para outros países e continentes; ao mesmo tempo que diversas empresas de países desenvolvidos estão buscando escalar suas operações em países emergentes (população numerosa; falhas de mercado; grandes bases de recursos).
Os mercados emergentes apresentam oportunidades relevantes para empresas Born Global, no entanto é necessário características prévias nos founders que buscam internacionalizar seus negócios logo nos primeiros anos de operação, como: (i) alta necessidade de realização; (ii) personalidade proativa; e (iii) orientação global.
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O futuro das fintechs
A pandemia aumentou significativamente a adoção de serviços bancários móveis e online. Para bancos e cooperativas de crédito, a experiência digital oferece uma oportunidade de redução de custos, ao mesmo tempo que oferece aos clientes uma maneira perfeita de fazer transações bancárias da maneira que quiserem.
Isso tem feito os bancos tradicionais investirem fortemente no digital – como o Bank of America, que possui mais de 54 milhões de usuários em seu banco digital e só em 2021 adicionou 2 milhões de clientes digitais ativos.
Outro exemplo é o BBVA, que em fevereiro anunciou um investimento de US$ 300 milhões no Neon.
A estratégia de amadurecimento no digital, por parte dos bancos tradicionais, vem diante do crescimento exponencial dos neobanks.
Em 2017, havia cerca de 100 challengers banks em todo o mundo. Eles detinham quase US$ 161 bilhões dos ativos bancários globais totais. Em 2020, o total dos ativos bancários globais dos #challengerbanks quadruplicou, à medida que o número de bancos digitais aumentou mais de duas vezes.
Atualmente, existem cerca de 250 challenger banks. No entanto, a maioria tecnicamente não são bancos, pois não possuem uma licença bancária.
Analisando os 20 maiores neobanks licenciados, a Moody's Analytics encontrou que eles detiveram quase metade de todos os ativos dos challenger banks em 2020.
O Rakuten Bank do Japão detinha US$ 58,7 bilhões; o Nubank, US$ 10.2 bilhões; e a gigante de BNPL Klarna US$ 7.5 bilhões. Mesmo com números expressivos, os bancos digitais ainda são peixinhos em comparação com os bancos tradicionais. Os challengers banks – licenciados e não licenciados combinados – detêm apenas 0,4% dos ativos bancários do mundo.
É interessante observar que a maioria dos bancos rentáveis são apoiados por grandes conglomerados de tecnologia ou têm fluxos de receita diversificados e um modelo de negócio maduro.
O restante depende de injeções regulares de capital de capitalistas de risco e investidores de ações. Suas perdas líquidas geralmente são resultado de custos pesados de aquisição de clientes em suas buscas por um crescimento rápido, ou sofrem de altos custos operacionais devido à falta de escala – ou têm perseguido uma estratégia de dominação global.
Em artigo recente, a TechCrunch destacou que as startups deverão começar a sentir uma desaceleração no ritmo de investimento de venture capital, mas que talvez o segmento de fintechs venha a ser uma exceção a essa regra. No entanto, o ritmo acelerado de financiamento para apoiar essas iniciativas provavelmente terá como condição necessário a continuidade do crescimento rápido que elas apresentaram até agora.
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Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Dock levanta US$ 110 milhões e é avaliada em US$ 1,5 bilhão👈
A Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamento e digital banking, acaba de levantar US$ 110 milhões em um aporte que avalia o negócio em US$ 1,5 bilhão.
Os recursos serão usados para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e os planos de expansão internacional, além da contratação de novos talentos à medida que a Dock explora o mercado endereçável total (TAM) de US$ 18,5 bilhões para processamento de cartões e banking as a service (BaaS) na América Latina.
O novo aporte ocorre num momento em que a Dock vem trilhando sua expansão para outros países da América Latina. Em março, a companhia anunciou o lançamento de escritórios no México, Chile e na Colômbia. Também está montando operações na Argentina, no Equador e na República Dominicana.
Fintech Magalu lança novos produtos e vai ter iniciador de pagamentos👈
O Magazine Luiza agora tem uma fintech para chamar oficialmente de sua. Depois de comprar três empresas (HubFintech, Stoqe Bit55) no setor, a varejista acaba de unificar seus negócios em serviços financeiros sob a marca Fintech Magalu. O anúncio foi feito na quinta-feira, dia 12 de maio, em coletiva com grupo de jornalistas.
A Fintech Magalu é fruto da integração entre três negócios adquiridos pela companhia nos últimos dois anos: Bit55, plataforma de processamento de cartões em nuvem criada pelo banco mineiro BS2; HubFintech, instituição de pgamentos que opera com banking as a service; e Stoq, startup de São Carlos (SP) que desenvolveu um SmartPOS.
Além das três empresas, o negócio agrega também a operação da LuizaCred, fintenceira que a empresa possui em joint-venture 50/50 com o Itaú Unibanco, e que atingiu TPV de R$ 41,4 bilhões em 2021 e 7,2 milhões de cartões de crédito.
A Fintech Magalu nasce com 16 milhões de clientes únicos (entre PF e PJ), que detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito. Em 2021, último dado divulgado pela varejista, o TPV (volume total de pagamentos processados) foi de R$ 65 bilhões — número que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e o negócio de BaaS prestado para diversas companhias.
Inter recebe sinal verde para refazer percurso até a Nasdaq👈
Em dezembro de 2021, o Banco Inter recuou no plano de listar suas ações na Nasdaq quando boa parte dos seus acionistas decidiu resgatar as ações em dinheiro, no lugar de convertê-las para o papel na bolsa americana. Na época, essa escolha que fez com que o limite de R$ 2 bilhões de cash out fosse excedido.
Pouco tempo depois, o banco voltou a costurar alternativas para tentar concretizar esse percurso. E, agora, acaba de receber a aprovação dos seus acionistas para seguir rumo ao mercado de capitais americano.
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira, 12 de maio, uma nova proposta de reorganização societária e de migração de 100% dos papéis, com BDRs negociados na B3, teve o voto favorável dos detentores de mais de 85% das ações do banco em circulação presentes à reunião.
Saúde e paz,
Walter Pereira