#47: Short Takes: Os desafios da redução da liquidez para as fintechs; As reformas regulatórias na América Latina; Principais notícias da semana
W FINTECHS NEWSLETTER #47: 30/05-05/06
Olá 👋,
Esta é uma edição Short Takes da W Fintechs.
Caso queira receber em primeira mão meus posts no LinkedIn, clique aqui👈
👉A W Fintechs é uma newsletter focada em inovação financeira. Toda segunda-feira, às 8:21 a.m., você receberá um e-mail sobre os principais fatos e insights deste universo.
Os desafios da redução da liquidez para as fintechs
Com a redução da liquidez, de forma global, as fintechs terão que, além de crescer suas bases, reter seus usuários.
Globalmente, as instalações de aplicativos de fintechs cresceram 35% de 2020 a 2021, ano a ano.
Foi possível observar um crescimento em todas as regiões:
A América do Norte está no topo com um aumento de 69%, ano a ano, nas instalações em 2021;
A América Latina também teve um aumento de 62%;
A Ásia Pacifico cresceu 29%; e a Europa, Oriente Médio e África adicionaram 16% à sua média.
No entanto, as taxas de retenção para aplicativos de fintechs caíram lentamente desde o primeiro semestre de 2020, como mostrou o estudo da Adjust.
No primeiro semestre de 2020, elas tiveram uma taxa de 25% no primeiro dia, 17% no dia 7, 14% no dia 14 e 12% no dia 30. Caindo alguns pontos percentuais nos 18 meses seguintes.
Os números começaram a se recuperar no segundo semestre de 2021, registrando uma taxa do dia 1 de 23%, taxa do dia 7 de 16%, taxa do dia 14 de 13% e taxa do dia 30 de 11%.
Dividido por subvertical, fica claro que os usuários de aplicativos de banking, payments, crypto e stocktrading se comportam de maneira diferente ao longo do período de 30 dias após a instalação.
As fintechs de crypto registram as maiores taxas de retenção, com 30% no dia 1, 22% no dia 7, 20% no dia 14 e 16% no dia 30. Também vale a pena notar que o cohort das fintechs de crypto não seguem a mesma tendência consistente de diminuição, mas sim mostram altos e baixos provavelmente em resposta a movimentos no mercado crypto, como a volatilidade do preço do bitcoin.
Link para o post 👉 aqui
As reformas regulatórias na América Latina
Os riscos das fintechs são de natureza semelhante aos das atividades financeiras tradicionais, contudo seu ritmo de materialização e impacto podem se distinguir significativamente.
Na América Latina & Caribe, os reguladores se concentram em uma reforma regulatória ativa, muitas vezes por meio de regulamentos baseados em atividades.
Há uma tendência na região para novas regulamentações especializadas que abrangem atividades individuais das fintechs, especialmente e-money, ao invés de ter uma lei consolidada que abranja toda a gama de atividades.
Várias jurisdições estão atuando para regular as atividades das fintechs individualmente, como:
Peru 🇵🇪 com a Lei do Dinheiro Eletrônico em 2013
El Salvador 🇸🇻 com a Lei para Facilitar a Inclusão Financeira em 2019, que autoriza o dinheiro eletrônico e contas de poupança com requisitos simplificados;
Colômbia 🇨🇴 com a Lei 1735/2014 sobre Empresas Especializadas de Pagamentos e Depósitos Eletrônicos em 2014;
Paraguai 🇵🇾 com o Regulamento de Meios Eletrônicos de Pagamento em 2014;
Brasil 🇧🇷 com a Lei 12.685 e Circulares do BACEN em 2013 e 2014;
Jamaica 🇯🇲 com as Diretrizes de 2013 para Serviços de Pagamento Eletrônico de Varejo, revisadas em 2019;
O estudo feito pelo World Bank destacou que parece haver um interesse relevante na região por mudanças regulatórias visando aumentar a inclusão e o desenvolvimento financeiro: 81% dos reguladores na América Latina esperam fazer mudanças em suas estruturas de equity crowdfunding, com quase metade esperando revisar a regulamentação das ICOs (Initial Coin Offering) e 23% esperam revisar as regulamentações de empréstimos P2P em um futuro próximo.
Link para o post 👉 aqui
Vamos para as
Principais notícias da semana 📰
Fintechs reduziram a concentração bancária de 81% para 71% em 10 anos, diz presidente do BC👈
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as fintechs foram as grandes responsáveis pela redução do índice de concentração bancária no Brasil, que era de 81,2% em 2012 e agora em 2022 está por volta de 71%. “Além disso, ajudaram a baratear custos dos produtos financeiros e a ampliar a oferta de serviços – caso do home equity”, diz.
Pressionado pelos “incumbentes” – e também pelo aumento dos golpes financeiros com PIX, como os que usam contas de ‘laranjas’ abertas online em bancos digitais com mais facilidade do que em bancos convencionais – o BC se viu obrigado a apertar a regulação às fintechs. A nova legislação* começa a vigorar em janeiro.
Incertezas na Colômbia 👈
Com mudanças nos gestores regulatórios e enfrentando o segundo turno das eleições no próximo dia 19, o setor fintech da Colômbia vive um momento de incerteza. “Não há nenhuma proposta forte de nenhuma das partes voltadas para o setor fintech”, aponta à iupana Erick Rincón.
O resultado do primeiro turno colocou Gustavo Petro em primeiro lugar com 40,32% dos votos. As últimas pesquisas mostram que a diferença dele para Rodolfo Hernández diminuiu a ponto de estabelecer um empate técnico entre os dois candidatos.
Em um eventual governo Petro, para as fintechs “será mais difícil e mais caro levantar capital”, avalia Edwin Zácipa, fundador do Fintech Latam Hub, justificando que isso se daria por causa dos indicadores macroeconômicos potencialmente desfavoráveis sob a liderança de Petro.
As mudanças dos gerentes regulatórios já começaram. Nesta semana, Felipe Lega, diretor-geral da Unidade de Regulação Financeira (URF) da Colômbia, deixou o cargo após mais de quatro anos na função. Em sua direção, avançou a proposta de open banking e começou-se a planejar um sistema de pagamento maciço no modelo Pix, do Brasil.
Teddy, plataforma para bancários autônomos, mira PJ e acelera negócios 👈
A mais de 20 km da Faria Lima, a Teddy Open Finance quer ser uma solução para bancários autônomos, correspondentes bancários e assessores de investimentos, num cenário de digitalização das transações financeiras e fechamento de agências — as unidades caíram de 19,3 mil em 2020 para 18,3 no ano passado, conforme o Banco Central (BC).
Em entrevista exclusiva ao Finsiders, o ex-gerente bancário e agora empreendedor explica que a Teddy já nasceu em um contexto “Open Finance”, com o diferencial de atuar com um portfólio de mais de 70 produtos PJ, como conta digital, conta escrow, capital de giro, antecipação a fornecedores, operações estruturadas, debêntures, consórcios e outros.
Além de conectar os produtos e serviços financeiros das instituições em sua plataforma, a Teddy montou uma mesa de câmbio com o BTG Pactual, com serviços como operações de compra e venda de moeda estrangeira à vista, recebimentos e pagamentos internacionais, além das modalidades de financiamento ACC (adiantamento sobre contrato de câmbio) e ACE (adiantamento de câmbio já entregue). “Foi um dos nossos primeiros produtos. Ano passado, giramos R$ 100 milhões em câmbio”, conta o empreendedor.
A visão do ex-presidente da Losango sobre a evolução do crédito no país 👈
Há muito, o mercado de crédito no Brasil clamava por mudanças significativas no acesso e na democratização da tomada de crédito pelos consumidores, especialmente os que pertencem às classes C e D, historicamente excluídas pelas instituições financeiras tradicionais.
Esse público vinha sendo, indubitavelmente, o mais impactado na hora de consumir um bem ou produto de valor mais elevado, não raramente tendo como única alternativa realizar pagamentos à vista ou caindo nas mãos de agiotas para conseguir um empréstimo.
Até 2018, as medidas adotadas pelo governo brasileiro foram tímidas e pouco efetivas para estimular a concorrência entre as instituições financeiras e promover a diminuição do custo do crédito ou desburocratização do acesso a financiamentos para aqueles que mais precisam.
Esse cenário começou a dar sinais de sensível melhora nos últimos três anos, a partir da autorização, pelo Banco Central (BC), da operação das SEPs (Sociedades de Empréstimos entre Pessoas)
A taxa média de juros paga pelos tomadores nas SEPs é menor que o verificado em demais produtos do mercado. Com juros menores, os clientes são mais propensos a pagar em dia e a não comprometer fortemente sua renda com o custo de crédito.
Ainda nessa esteira de novos modelos de negócio, as SCDs (Sociedades de Crédito Direto) também são outro grande potencial de crescimento na indústria financeira para os próximos anos.
Saúde e paz,
Walter Pereira
muito bom!