Olá,
Na nossa #7 newsletter da Walter’s Fintechs você encontrará sobre:
Mudanças no comportamento;
Nova Economia;
Creators;
E, claro, as principais notícias da semana que passou.
Boa leitura!
Você é “cringe”? Essa foi a pergunta que movimentou a internet nos últimos dias. Sendo uma forma de expressão da nova geração, o termo “cringe” expressa tudo de mais estranho nas gerações passadas. Essa palavra representa uma ruptura entre o velho e o novo. É extremamente natural a próxima geração se rebelar contra a anterior. Nos anos 60, nos EUA, os hippies rejeitavam as hierarquias e as instituições estabelecidas, contestavam os valores da classe média, opunham-se às armas nucleares, à politica tradicional e à guerra. Dez anos mais tarde, nos anos 70, nos EUA e na Inglaterra, a cultura punk emergiu, mas agora essa era caracterizada por ser um movimento extremamente urbano e que defendia uma visão anarquista centrada na autonomia do individuo, opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e às grandes corporações capitalistas.
Nos anos 80, os yuppies representariam uma nova ruptura comportamental. A ascensão da era de Reagan, nos EUA, e Thatcher, na Inglaterra, seriam os responsáveis por alterar profundamente a ideologia e as relações pessoais entre os grupos de jovens adultos, assim, desta vez essa geração, caracterizada por jovens profissionais entre 20 e 40 anos que geralmente possuíam uma situação financeira entre a classe média e classe alta, seria mais conservadora e abraçaria com maior afinco a carreira e não tanto as causas sociais.
Toda geração, de alguma forma, conseguiu transmitir sua insatisfação aos modelos vigentes. Até hoje, a geração seguinte conseguiu expressar tudo o que não gostava por meio de um símbolo, ou seja, atribuindo um nome a tudo o que rejeita. Na geração anterior o nome atribuído a comportamentos adversos era o “coisa de tiozão”, hoje, para essa nova geração o processo foi unificado no termo “cringe”.
Mudanças no comportamento (ler pesquisa completa)
Não só os termos mudam, mas os comportamentos também. Em uma pesquisa realizada pela Global Web Index (GWI), em abril de 2020, a Geração Z (9-24 anos) expressou um aumento no consumo de mídia digital em comparação aos hábitos pré-pandêmicos - impulsionado pelo maior uso de vídeos online, videogames e streaming. Já os millennials (25-40 anos) reduziram seu consumo de mídia em relação ao inicio do ano, livros e podcasts foram as duas categorias a atrair mais interesse dessa geração ao longo do período. A Geração X (41-56 anos) desenvolveu hábitos semelhantes a Geração Y, onde os podcasts e livros também foram relevantes.
A forma como eles se informam também é diferente. A Geração Z apresentou um comportamento mais cético em relação aos principais canais de notícias como a CNN, com 28,9% acreditando que eles são confiáveis, enquanto a Geração X tem 40,1%. No entanto, em relação as informações divulgadas pela OMS 50,3% da Geração Z demonstrou os mais altos níveis de confiança e apenas 39% da Geração X poderia dizer o mesmo. As direções opostas nos hábitos de consumo dos jovens e nos mais velhos nos EUA desafia as empresas a encontrarem uma estratégia clara para obter sucesso com esse público.
Nova Economia (livro para quem quiser se aprofundar no assunto)
As empresas da Nova Economia estão constantemente sendo desafiadas por novas circunstâncias e comportamentos sociais. Expostas a um modelo de negócio com alto risco e potencial de escala, a Nova Economia se distingue da Velha Economia por um fator principal: o perfil de quem a administra. Enquanto na Velha Economia temos empresas que são geridas por empresários que possuem medo do novo e se apegam ao Estado para garantir mercado e subsídios, as empresas da Nova Economia nascem pelo ímpeto do empreendedor que sonha, planeja e executa. A diferença na gestão desses negócios é o que está transformando o mundo dos negócios no Brasil e no resto do mundo.
Creators
A Anitta no conselho do Nubank e Pablo Spyer como sócio da XP marcam outra ruptura entre o velho e o novo, mas agora mediada por uma geração de novas empresas que crescem exponencialmente no Brasil. Além desses dois fatos representarem a diversidade em seu maior grau - característica cada vez mais relevante na governança corporativa das empresas da Nova Economia - representam também outro fator: o avanço da tecnologia. Na #6 edição desta newsletter, falamos sobre como a evolução da tecnologia proporcionou uma queda nos custos e reduziu as barreiras de entrada ao mundo da tecnologia. Hoje, a infraestrutura não é mais um problema. Recentemente, a atriz Larissa Manoela lançou sua própria operadora de celular, a LariCel, tendo por trás a infraestrutura da Dry Company.
Ano passado, os Youtubers do canal Neagle, com mais de 7 milhões de seguidores, lançaram seu próprio banco, o NeagleBank, utilizando a infraestrutura da empresa de BaaS, Trampolin Pagamentos.
Influencers que entendem seu público oferecem não só conteúdo, como também soluções e oportunidades. Há algumas semanas, li no LinkedIn a seguinte frase:
"ou as marcas se tornam creators ou no futuro vão competir em desvantagem com creators que se tornaram marcas.".
O Nubank e a XP entenderam isso. A Anitta no conselho do Nubank e Pablo Spyer, o "Vai, tourinho", como sócio da XP são só o começo de uma grande transformação que acontece no mundo dos negócios. A tecnologia avança e com esse avanço as exigências dos clientes aumentam. Muito provavelmente, ficará cada vez mais comum vermos notícias como essas, e caso não vejamos empresas atuando de forma semelhante - e estratégica -, talvez essas percam parte de seu modelo de negócio para influencers que entenderam com mais profundidade as necessidades de seu público e passaram a oferecer soluções proprietárias.
Vamos para as
Principais notícias da semana
Banco Original e PicPay permitirão saque em dinheiro em supermercados
Para isso, as empresas estão elaborando um sistema juntamente com a Sled, fintech de transações financeiras para o varejo físico que nasceu com uma solução para digitalizar o troco. Este será o serviço agregado que, na prática, dispensa o uso do caixa eletrônico.
De acordo com o Original, que é o primeiro emissor a oferecer o serviço, trata-se de uma parceria com a Mastercard, e a nova funcionalidade estará disponível para 10 milhões de clientes dos cartões de débito e pré-pago emitidos pelo banco digital, bem como pelo PicPay.
De acordo com o Original, o Sled Saque é o primeiro grande produto lançado pela Sled desde o aporte de R$ 7 milhões com a gestora Astella Investimentos, em março.
BC detalha o cronograma do open banking
Em 24 de junho de 2021, em decisão conjunta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC), através da Resolução CONJUNTA N° 3, DE 24 DE JUNHO DE 2021, foi conferido ao BC a competência exclusiva para a definição dos cronogramas de entrega da convenção e de implementação do Open Banking. Essa mudança visa conferir maior agilidade para adequações pontuais no cronograma por questões de ordem operacional para a adequação de processos e sistemas.
Solfácil, fintech de energia solar, recebe aporte de R$ 160 milhões
A Solfácil, fintech de energia solar, anunciou nesta quarta-feira (23/06) que recebeu um aporte de R$ 160 milhões. A Rodada Série B foi liderada pela QED Investors, em parceria com a Valor Capital Group. O dinheiro será aplicado em tecnologia e marketing. O objetivo da startup é oferecer novos produtos financeiros, dobrar a base de 5 mil parceiros integradores até o fim de 2022 e lançar uma linha de crédito solar para o agronegócio.
Com aporte “inédito” da Y Combinator, Conta Simples ganha fôlego na batalha pelas PMEs
Em dezembro de 2020, a Conta Simples captou US$ 2,5 milhões em uma rodada liderada pelo Quartz, fundo que tem entre seus sócios José Galló, ex-CEO da Renner, e fortaleceu seu caixa para se posicionar no mais novo campo de batalha das fintechs: as contas bancárias das pequenas e médias empresas.
A rodada chama a atenção por ser a primeira vez que a Y Combinator investe esse volume de recursos em uma startup brasileira. Mesmo em outros países, a aceleradora é conhecida por assinar cheques de até US$ 150 mil, como fez com a própria Conta Simples, em julho do ano passado.
Cenário Global
Visa to acquire open banking platform Tink for more than $2 billion
Visa has announced plans to acquire Tink for €1.8 billion, or $2.15 billion at today’s exchange rate. Tink has been a leading fintech startup in Europe focused on open banking application programming interfaces (APIs).
Tink offers a single API so that customers can connect to bank accounts from their own apps and services. For instance, you can leverage Tink’s API to access account statements, initiate payments, fetch banking information and refresh this data regularly.
“Joining Visa, we will be able to move faster and reach further than ever before. Visa is the perfect partner for the next stage of Tink’s journey, and we are incredibly excited about what this will bring to our employees, customers and for the future of financial services.”
Recomendação de leitura
Recentemente a Open Banking Implementation Entity (OBIE), entidade de UK para criação de padrões de software e diretrizes na indústria financeira, divulgou um report sobre os impactos do Open Banking em UK. Alguns fatores foram analisados, como: disponibilidade de produtos e serviços; adoção e experiência e os benefícios e resultados.
Alguns pontos chamam a atenção e dão um gostinho do que poderá ser visto no Brasil nos próximos meses, são eles:
(i) as chamadas bem sucedidas via API cresceram mais de 450% entre 2019 e 2020, o que indica uma forte adoção do usuário final;
(ii) de 5 a 6% dos consumidores digitalmente ativos e pequenas empresas usaram o Open Banking em dezembro de 2020;
(iii) as classificações do usuário final sugerem uma experiência positiva, com classificações médias em 4,5 de 5,0.
Lembrando que a segunda fase do Open Banking no Brasil começará no dia 15 de julho, quando de fato o usuário final participará mais ativamente da construção dessa nova fase financeira no SFN.
Boa semana e abraços,