#124: Short Takes: Os dois principais layers de pagamentos; Lotérica no Brasil é o OXXO do México?; Pix na Argentina; updates
W FINTECHS NEWSLTTER #124
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Bem vindo a edição Short Takes e, como o nome sugere, diferente dos deep dives, em edições como essa vou explorar diversos assuntos que, posteriormente, podem se tornar uma edição deep dive.
Short Takes é focado para empreendedores, investidores e operadores que querem insights rápidos.
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Quando analisamos a evolução dos países em termos de adoção de pagamentos, o mercado asiático é um exemplo claro de como a adoção de carteiras digitais pode transformar economias.
Podemos dividir a movimentação de dinheiro em duas camadas. A primeira, o First Layer, envolve a circulação direta de dinheiro pela infraestrutura bancária, como o Pix no Brasil. Esse modelo exige uma estrutura financeira mais robusta, o que pode encarecer a implementação, algo que muitos países enfrentaram e estão enfrentando.
Já o Second Layer é o espaço onde plataformas privadas, como carteiras digitais, movimentam o dinheiro em suas próprias redes. A liquidação bancária acontece só no final do processo, reduzindo custos de transações de baixo valor, mas depende da integração com bancos, o que pode gerar concentração de mercado.
Na Ásia, esse modelo ganhou força. A alta desbancarização inicial foi um terreno fértil para soluções como Alipay e WeChat Pay, que conectaram milhões e criaram ecossistemas completos dentro de super apps. A eficiência veio do processo interno de transações e liquidações agregadas, como no WeChat Pay, onde o dinheiro só vai para o banco no final do dia.
Nos EUA, exemplos como Zelle e Venmo seguem a mesma lógica do Second Layer, com a diferença de que o ambiente bancário já é mais desenvolvido.
Na América Latina, o cenário é um pouco fragmentado. Países como Argentina e Peru estão tentando integrar soluções locais, como Mercado Pago e Yape, com as infraestruturas de pagamento nacionais, fortalecendo o First Layer e otimizando a eficiência financeira.
No Brasil, o Pix centralizou os pagamentos, tornando dispensável o uso de carteiras privadas para transferências instantâneas. A obrigatoriedade de adesão pelos bancos e a gratuidade das transações entre pessoas físicas ajudaram o Pix a se destacar, enquanto o PicPay tentava fazer um modelo semelhante ao asiático em 2019.
Cada país utiliza de suas próprias características e tecnologias para criar formas de movimentar dinheiro. Enquanto a Ásia explorou a conectividade dos super apps, o Brasil redefiniu o que era “simplicidade” com o Pix. No fim, o que une essas histórias é o mesmo princípio: tornar a vida das pessoas mais fácil.
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As lotéricas, tradicionalmente associadas a pagamentos em dinheiro e boletos, estão se tornando um novo ponto de digitalização financeira no Brasil. Desde o final de 2023, o pagamento com cartões de crédito e débito nesses estabelecimentos cresceu substancialmente, impulsionado por taxas competitivas e pela isenção de tarifas para clientes de bancos públicos (link para a matéria da Infomoney 👉 aqui).
O movimento reforça um padrão recorrente no mercado: a digitalização não acontece apenas pela inovação tecnológica, mas porque, no final do dia, precisa fazer sentido financeiro para o usuário. Na edição #121, sobre como o OXXO tem se tornado além de uma loja de proximidade, também um player de pagamento, comentei sobre a necessidade do meio físico para uma melhor digitalização da economia e pagamentos.
Confira aqui 👇
No caso do OXXO, o dinheiro ainda é rei. Os mexicanos ainda usam as unidades físicas como agências bancárias e pagam em dinheiro.
No caso das lotéricas do Brasil, pagar contas no cartão com uma taxa de 1,08% no débito ou 2,95% no crédito se torna uma opção viável quando comparado a outros meios, especialmente para quem precisa de flexibilidade no orçamento.
Os números comprovam essa adesão. Em um ano, as transações com cartão em lotéricas cresceram 60%, com destaque para cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Esse fenômeno ilustra uma tendência maior: a preferência do consumidor por soluções que eliminem o uso do dinheiro físico sem comprometer a praticidade. Se há uma lição aqui, é que a digitalização bancária não avança pelo simples desejo dos bancos ou das fintechs, mas sim pelo comportamento das pessoas. Se o consumidor adere, o mercado ajusta suas engrenagens e amplia a oferta. No fim, a tecnologia vence não porque é inovadora, mas porque, para o consumidor, ela simplesmente faz mais sentido.
🇧🇷 Fintechs latinas evoluem para ofertas além do "arroz com feijão" - 👉Finsiders
Conforme a pesquisa, em parceria com a Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI), a região está entrando em uma “segunda fase de inclusão financeira”. Essa nova etapa se caracteriza pela ampliação no uso de “produtos emergentes”, para além do básico. Esse cenário é fruto da maior disseminação de serviços financeiros básicos e do amadurecimento do ecossistema financeiro.
O relatório mostra, por exemplo, que um percentual relativamente alto de usuários diz utilizar os serviços de fintechs para acessar produtos como criptomoedas (75%), cartões pré-pagos (66%), soluções de BNPL (46%), instrumentos de investimento (43%) e contas em moeda estrangeira (39%).
🇦🇷 O processador de pagamentos do MercadoLibre oferece Pix à medida que turistas brasileiros lotam a Argentina - 👉 Reuters
"Os brasileiros adotaram o Pix como seu método de pagamento preferido devido à sua praticidade, custos e rapidez", disse Priscila Faro, executiva do Mercado Pago no Brasil, em comunicado. "Agora, estamos trazendo essa conveniência para os turistas que visitam a Argentina."
No entanto, as tendências de viagem mudaram nos últimos meses, com argentinos, fortalecidos por um peso mais valorizado, viajando para o Brasil, onde o real se desvalorizou.
A parceria do Mercado Pago com o Pix, segundo a empresa, busca impulsionar os gastos dos consumidores na Argentina, eliminando a necessidade de turistas brasileiros trocarem seus reais suados.
Saúde e paz,
Walter Pereira
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Disclaimer: As opiniões expressas aqui são de total responsabilidade do autor, Walter Pereira, e não refletem necessariamente as opiniões dos patrocinadores, parceiros ou clientes da W Fintechs.