#127: Short Takes: Cartão continua crescendo, mas Pix ganha (e tem muito) espaço no Brasil; updates
W FINTECHS NEWSLTTER #127
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Bem vindo a edição Short Takes e, como o nome sugere, diferente dos deep dives, em edições como essa vou explorar diversos assuntos que, posteriormente, podem se tornar uma edição deep dive.
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O brasileiro nunca usou tanto o cartão quanto em 2024, com o volume transacionado ultrapassando R$ 4 trilhões pela primeira vez e marcando um crescimento de 10,9% 1. Diariamente, foram realizados 125 milhões de pagamentos, totalizando 45,7 bilhões de transações.
No final do ano de 2024, 67,2% dos pagamentos presenciais foram feitos via aproximação. Enquanto isso, os pagamentos recorrentes, como assinaturas e contas mensais, cresceram 88,5% nos últimos dois anos.
Enquanto os cartões continuam dominando o mercado, o Pix segue se consolidando como uma alternativa de pagamento cada vez mais relevante. Desde 2023, o Banco Central tem investido em novas funcionalidades, como o Pix por Aproximação e o Pix Automático, que vão disputar espaço com os cartões.
O Pix por Aproximação depende das APIs do Open Finance e da compatibilidade com os sistemas Android e iOS. Isso significa que os desenvolvedores precisam seguir as regras dessas plataformas, tornando os pagamentos mais dependentes de gigantes como o Google e a Apple.
No caso do Android, o sistema oferece mais liberdade, permitindo que o NFC seja usado de forma passiva. Isso significa que um smartphone pode receber pagamentos diretamente, sem necessidade de configurações complexas, facilitando a criação de soluções para transferências instantâneas via aproximação.
Já no iPhone, a Apple impõe restrições ao uso do NFC, dificultando a implementação do Pix por Aproximação. O que reduz a concorrência e a liberdade de escolha do consumidor, tornando-o mais dependente das soluções da própria Apple, como o Apple Pay.
Diante desse cenário, algumas iniciativas do mercado buscam ampliar a acessibilidade dos pagamentos via aproximação. Propostas da Labrys e da Tap2Pix, por exemplo, buscam criar uma solução mais aberta, permitindo que qualquer smartphone com NFC possa ser utilizado para pagamentos, sem depender de uma empresa específica. Isso aumentaria a competição no setor, reduziria os custos para os consumidores e desafiaria soluções fechadas como o Apple Pay e o Google Pay, permitindo mais liberdade na escolha dos aplicativos de pagamento.
Já o Pix Automático funciona de maneira semelhante ao débito automático para empresas, sendo ideal para contas recorrentes como água, luz, mensalidades e condomínios. A funcionalidade amplia o acesso das empresas a cobranças recorrentes, diminuindo os custos operacionais e oferecendo mais opções aos usuários, o que fortalece ainda mais a adoção do Pix.
Atualmente, o sistema não permite transferir autorizações de pagamento entre bancos. De acordo com o Guia de Implementação do Pix Automático, a autorização concedida pelo usuário pagador ao seu PSP pagador é restrita a essa instituição e não pode ser transferida automaticamente para outro banco.
O documento destaca um ponto importante: quando um usuário configura parâmetros no seu PSP — como empresas autorizadas a cobrar automaticamente, valores máximos e a frequência dos débitos — essas definições não migram automaticamente caso ele decida trocar de banco. Isso significa que, ao mudar de instituição, ele precisa cancelar todas as autorizações no banco antigo e refazê-las no novo, recriando permissões e redefinindo limites.
Esse processo adiciona atrito, especialmente para quem troca de banco com frequência ou busca centralizar pagamentos em uma única conta. Além de dificultar a migração, a falta de portabilidade dessas autorizações pode reduzir a adesão ao Pix Automático e limitar a concorrência entre instituições financeiras.
Por outro lado, essa barreira tem um propósito: garantir que cada banco mantenha o controle total sobre as autorizações vinculadas às contas que gerencia, fortalecendo a segurança e a estabilidade do sistema. Ainda assim, um modelo que permitisse a transferência segura dessas configurações daria mais flexibilidade ao usuário sem comprometer a integridade do ecossistema de pagamentos.
Também há espaço para melhorias na experiência do usuário. Já existe um painel centralizado para gestão das autorizações do Pix Automático, mostrando detalhes sobre pagamentos recorrentes, limites e opções de cancelamento. No entanto, a navegação poderia ser mais intuitiva. Um painel mais dinâmico e amigável tornaria a gestão financeira mais rápida e transparente, colocando, de fato, os controles de autorização na ponta dos dedos do usuário.

Uma coisa é clara: o Pix não está apenas competindo com cartões; ele está introduzindo o conceito de uma plataforma para o setor de pagamentos. Embora os cartões ainda liderem em transações de crédito e pagamentos recorrentes, a competição real não é apenas sobre o volume de transações, mas sobre qual sistema pode atender melhor às necessidades do consumidor, ao mesmo tempo em que reduz custos e atritos.
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🇧🇷 Nova jornada no Open Finance pode mudar o 'status quo', diz BC - 👉Finsiders
Sem especificar quais seriam os principais modelos em xeque com a chegada da JSR, Mardilson disse que essa nova trilha de pagamentos é parte da materialização do compartilhamento de serviços no Open Finance brasileiro, considerado um case mundial.
“Estamos trocando algumas rodas por turbinas. Quem não consegue migrar da roda para a turbina pode ser que se sinta prejudicado. Mas essa é uma visão míope. O mercado como um todo já percebeu que é questão de tempo de fazer as coisas acontecerem e estar envolvido com tudo isso”, afirmou o porta-voz do BC.
“Estamos só no começo. Agora, entramos num ponto de virada bom, que é justamente profissionalizar a estrutura de governança. Essa profissionalização é peça fundamental para esse foguete sair de órbita”, disse. O porta-voz do BC se refere à criação da estrutura definitiva de governança – até o ano passado, ela tinha um formato provisório.
🇧🇷 Nubank e outras fintechs podem ter de mudar de nome - 👉Finsiders
Uma nova regra proposta pelo Banco Central (BC) em consulta pública pode fazer com que muitos bancos digitais e fintechs precisem rever seus nomes. Uma rápida busca no site do BC traz pelo menos 20 Instituições de Pagamento (IPs) que adotam o termo “bank”. O exemplo mais conhecido é o Nubank, mas também há casos como Stark Bank, Will Bank, Zro Bank, entre outros.
Em nota, o Nu disse acompanhar as discussões a respeito do uso de termos relacionados à palavra “banco” na marca de Instituições de Pagamento, financeiras e correspondentes bancários. A empresa afirmou, ainda, que “uma eventual obtenção de uma licença bancária não acarretaria em uma necessidade de aumento de capital”, considerando sua estrutura de conglomerado.
“Acreditamos que qualquer regulação nesse sentido será estabelecida após ampla discussão e preverá prazo suficiente para que todas as instituições afetadas avaliem diligentemente toda a gama de hipóteses possíveis para seu devido cumprimento”, disse o Nubank. Além disso, reforçou que “respeita a legislação vigente e conta com todas as licenças necessárias para oferecer os produtos atualmente disponíveis em sua plataforma.”
Saúde e paz,
Walter Pereira
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