#59: Short Takes: A tokenização da economia e os reguladores; Como funciona o UPI?
W FINTECHS NEWSLETTER #59: 24/10-31/10
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A tokenização da economia e os reguladores
A tokenização de ativos está entre um dos assuntos mais abordados nos últimos anos, tanto pela indústria financeira quanto pelos reguladores.
Algumas semanas atrás, por exemplo, o presidente do Banco Central do Brasil 🇧🇷, Roberto Campos, em uma palestra para o FEBRABAN Tech disse que a autarquia financeira do Brasil está trabalhando ativamente não só para entender como também para impulsionar esta nova tecnologia.
A tokenização dos ativos refere-se ao processo de representar digitalmente ativos reais (físicos) em ledgers distribuídos ou a partir da emissão de classes tradicionais de ativos de forma tokenizada.
De acordo com a OCDE, a maioria dos reguladores que lidam com mercados de ativos tokenizados adotaram uma abordagem tecnologicamente neutra para as políticas de riscos, aplicando os regulamentos financeiros existentes aos ativos tokenizados.
Alguns estão introduzindo novas estruturas sob medida para ativos tokenizados e mercados baseados em DLT; outros estão definindo novos papéis para novos players que participam desses mercados; enquanto em outros lugares a regulamentação existente está sendo ajustada para abordar características e riscos específicos de redes e sistemas descentralizados.
A tokenização de ativos pode fornecer uma maneira adicional de obter propriedade fracionária de ativos que, por sua vez, pode reduzir ainda mais as barreiras ao investimento e promover um acesso mais inclusivo por investidores de varejo a algumas classes de ativos anteriormente inacessíveis em algumas jurisdições.
Ao mesmo tempo, a aplicação de DLTs em mercados tokenizados pode dar origem a importantes riscos e desafios decorrentes da natureza inovadora de alguns dos modelos de negócios e processos envolvidos na tokenização.
A OCDE destacou que as vulnerabilidades operacionais relacionadas à tecnologia incluem: (i) escalabilidade (dado o rendimento significativo que seria necessário para a escala dos mercados financeiros globais); (ii) incerteza potencial sobre a finalidade de liquidação; (iii) a interoperabilidade entre diferentes redes que permitirá a conectividade de diferentes infraestruturas, bem como a interoperabilidade da infraestrutura baseada em DLT com a tradicional; (iv) a estabilidade da rede, robustez da infraestrutura de mercado e as ameaças cibernéticas.
À medida que o DeFi e os mercados de ativos tokenizados e criptográficos se desenvolvem e crescem em tamanho e importância, os reguladores e supervisores financeiros continuarão sendo importantes para garantir que as salvaguardas presentes nos mercados financeiros tradicionais se apliquem igualmente em sistemas e redes baseados em DLT, visando principalmente continuar protegendo os investidores e consumidores financeiros, bem como manter a estabilidade financeira.
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Como funciona o UPI?
O Pix é um sucesso como método (e sistema) de pagamento instantâneo — sendo já referência para alguns países da América Latina e de outros lugares do mundo. Na verdade, A2A já era realidade no Brasil muito antes do surgimento do Pix e a nossa história financeira tem muito a dizer sobre isso (prometo que contarei melhor essa história em um report feito pela W Fintechs com apoio de uma empresa referência no segmento de pagamentos/Open Finance aqui do Brasil 🤫😎🇧🇷).
Mas, muito do que é o Pix foi inspirado no que os indianos chamaram de UPI — Unified Payments Interface. A Índia também já tinha um sistema de pagamento instantâneo — o IPS — Immediate Payment Service, mas com o crescimento do Embedded Finance e a participação de novos players neste segmento (como Facebook, Google, empresas de e-commerce e etc.) o IPS não era interoperável o suficiente para se adequar a esta nova realidade, surgiu então uma interface que fosse unificada o bastante para possibilitar com que estes novos players pudessem oferecer pagamentos em suas plataformas. De forma bem breve, o Brasil se baseou no impacto e nas possibilidades que o UPI trouxe para a economia indiana, mas mudou algumas características na implementação que foram fundamentais para que não tivéssemos o mesmo fim que o UPI teve na Índia: concentração das transferências em 3 grandes players do mercado, fazendo com que a competitividade fosse reduzida.
Em breve contarei melhor esta história, mas por enquanto os infográficos acima contam de forma breve (e bem visual) como funciona o UPI.
Alguns números interessantes:
As transações do UPI foram no valor de US$ 940 bilhões em 2021, o equivalente a 30% do PIB da Índia;
O UPI cresceu a um CAGR de 160% em termos de valor;
Nesta edição eu conto um pouco sobre as transformações que ocorreram na forma como pagamos e como esta transformação tem impactado os mercados👉 aqui
Saúde e paz,
Walter Pereira