#95: A digitalização da identidade e o potencial do Brazil Stack
W FINTECHS NEWSLETTER #95: 30/10-05/11
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Na edição #92, publiquei sobre a integração do Pix, Open Finance e Drex (a CBDC do Brasil) em uma única plataforma. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos, chamou essa integração de "Super App". No meu artigo, referi-me a essa integração como "Brazil 🇧🇷 Stack" porque acredito que estamos caminhando em direção a algo semelhante ao que a Índia 🇮🇳 alcançou com o "India 🇮🇳 Stack" - uma coleção de sistemas interconectados que, quando combinados, permitem o desenvolvimento de várias soluções tecnológicas.
O sucesso do "India Stack" se deu graças à camada de identidade digital chamada Aadhaar, lançada em 2010. O Aadhaar foi projetado especificamente para autenticar identidades individuais, e atualmente, mais de 1,2 bilhão de indianos possuem uma identidade digital única por meio do Aadhaar.
No Brasil 🇧🇷, a história dos documentos de identificação está intimamente ligada à história da Receita Federal. Antes da criação do CPF, o Brasil usava diferentes documentos de identificação, como o título de eleitor e a cédula de identidade. No entanto, havia a necessidade de um sistema de identificação mais unificado e eficiente para fins fiscais. Em 1968, então, o Brasil introduziu o CPF. O CPF foi concebido como um número único destinado a identificar cada cidadão, possibilitando o rastreamento eficaz de atividades financeiras e fiscais.
Na década de 1990, com o avanço da tecnologia, o CPF se tornou ainda mais vital para a identificação e rastreamento das informações financeiras e fiscais.
Desde então, estamos vendo alguns avanços na digitalização dos documentos de identidade. A nova carteira de identidade está gradualmente substituindo o seu antigo modelo, embora a adoção ainda seja limitada, com apenas 8 estados adotando.
Com a introdução da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), o governo espera proporcionar aos brasileiros mais conveniência e segurança, uma vez que o CIN se baseia exclusivamente no CPF como número de identificação. No modelo anterior, um indivíduo poderia ter vários números de RG se o documento fosse emitido em diferentes estados do Brasil, o que tornava difícil detectar identidades falsas.
No entanto, ainda existem desafios a serem superados, como os aproximadamente 2,7 milhões de brasileiros que não possuem documentos ou qualquer forma de registro. Esses indivíduos existem, mas são invisíveis para o governo, tornando difícil a inclusão financeira e, consequentemente, a expansão da participação dos brasileiros no sistema financeiro formal no Brasil.
Sem dúvida, um dos componentes essenciais para o sucesso desse puzzle chamado "Brazil Stack" será a digitalização dos documentos de identificação no Brasil. Acredito que estamos diante de uma oportunidade significativa de digitalização da economia, tanto no Brasil 🇧🇷 quanto no mundo, e a maneira como usaremos esses dados gerados abrirá ainda mais portas de oportunidades.
Saúde e paz,
Walter Pereira